Estratégia foi debatida durante reunião do CAP de Santos.
Monitoramento do tráfego por câmeras, controle do envio de caminhões ao Porto de Santos e a segregação de cargas nas vias de acesso ao complexo são algumas das medidas adotadas pelo novo Plano de Gestão Integrada para Contingências Operacionais, preparado pela Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), para minimizar os congestionamentos nas cidades da Baixada Santista.
Os detalhes do plano foram apresentados na manhã de ontem pelo diretor-superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga, durante reunião ordinária do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos. As ações, vistas como emergenciais enquanto obras essenciais de infraestrutura não ficam prontas, contam com o apoio da Polícia Militar Rodoviária, da Codesp e das companhias de engenharia de tráfego da região.
“A finalidade é ter um plano de gestão integrado onde todos os atores possam trabalhar em medidas de contingência quando houver problemas nos pólos receptores de tráfego”, afirmou Cassaniga, referindo-se às margens Direita (Santos) e Esquerda (Guarujá) do Porto, além do pólo industrial de Cubatão.
Nos últimos meses, as vias de acesso a esses locais registraram vários congestionamentos, prejudicando os municípios da região. Os motoristas chegaram a presenciar filas de caminhões com destino ao Porto de mais de 20 quilômetros.
“Precisamos ter esses planos de gestão integrados enquanto a ampliação dos modais e as necessárias obras de infraestrutura não ficam prontas”, mencionou o presidente do CAP, Bechara Abdala Neves, que participou das reuniões que culminaram no plano. “A partir do momento que são identificados os congestionamentos, são disparados mecanismos importantes. No caso da entrada de Santos, por exemplo, isso acontecerá quando (afila) chegar a 2,5 quilômetros, até os Km 62,5”, completou.
Conforme apresentado pela
Ecovias na sessão do CAP, o plano prevê a inserção de informações sobre o trânsito nos painéis de mensagem das estradas, o monitoramento das vias por câmeras e a disponibilização de contatos para acionamento, quando necessário, por 24 horas ao dia.
Especificamente em Guarujá, um dos focos é a separação dos caminhões nas pistas, de acordo com a carga transportada. O plano propõe, por exemplo, que os veículos com granéis fiquem no acostamento e os de contêineres, na faixa da direita, nas filas de carretas em direção aos terminais (que irão do km 1+100 ao km 5 da pista leste da SP-248). A faixa da esquerda ficará livre para o tráfego de veículos.
Na Margem Direita, a adoção de medidas será necessária diante de problemas de circulação na Avenida Portuária e quando a fila de caminhões com destino ao cais chegar ao km 62+500 da pista sul da Anchieta (final do trecho com três faixas).
Em Cubatão, entre as premissas para o acionamento do plano, estão problemas de circulação nas indústrias localizadas nas proximidades da Avenida Plínio de Queiroz, questões operacionais nos pátios reguladores e incidentes na Rodovia Cônego Domenico Rangoni.
“As ações começarão quando ainda houver congestionamento suportável, para evitar que haja um impacto e que a população tenha impossibilidade de deslocamento, como aconteceu no passado. Os procedimentos serão disparados por fase, conforme fila avança”, disse o presidente do CAP.
A estratégia também engloba a resolução do problema na origem. Nesse sentido, a Codesp, a Autoridade Portuária, terá papel principal para evitar que novos caminhões sigam para o Porto em situações críticas. “A Codesp já dispara na origem e segura mas, é claro, há o fluxo que está vindo. Então esse plano agüenta os que já estão a caminho do Porto”, explicou Bechara Abdala Neves.