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Serviço de Dragagem é suspenso no Porto de Santos

Paralisação aconteceu após notificação da Justiça Federal, que determinou interrupção imediata

Os trabalhos de dragagem do canal do Porto de Santos foram interrompidos na tarde desta quarta-feira (26), depois que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que administra o complexo portuário, recebeu a notificação com a determinação judicial.

A medida é fruto de uma ação judicial movida pela Boskalis do Brasil contra a Autoridade Portuária. Ela alega que a continuidade dos serviços de dragagem de manutenção no canal de navegação e no acesso aos berços de atracação interfere na obra para a qual foi contratada.

A Dragabras Serviços de Dragagem é a empresa responsável pelo serviço no cais santista. Ela venceu uma licitação da Codesp, no ano passado, para executar a obra até outubro deste ano por R$ 72 milhões.

Por outro lado, a Boskalis faz parte do consórcio que venceu a licitação promovida pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC) para executar o serviço. Além dela, a Van Oord Operações Marítimas também foi contratada.

A decisão para suspensão dos serviços foi da juíza da 4ª Vara Federal de Santos, Alessandra Nuyens Aguiar Aranha. Ela acatou o pedido da empresa por constatar que os contratos das duas empresas englobam a mesma área, são similares e concomitantes, sem serem complementares. O despacho foi dado na segunda-feira e publicado no site da Justiça Federal no dia seguinte, mas a dragagem só foi paralisada por volta das 15 horas de ontem, quando a Autoridade Portuária foi oficialmente comunicada da decisão.

A suspensão imediata dos serviços desagradou entidades ligadas ao Porto de Santos, que temem que a determinação possa causar prejuízos e afetar o calado operacional (fundura máxima que as embarcações podem atingir quando totalmente carregadas) do cais santista.

Ministério dos Transportes

Procurado, o MTPAC considera que a “empresa contratada já está realizando os serviços, uma vez que foi autorizada a elaborar os projetos básico e executivo”.

O órgão federal afirma, por meio de nota, que o início da dragagem ocorrerá após a entrega e análise dos projetos.

Pelo contrato, o consórcio tem 180 dias para apresentar os projetos e esse prazo vence no próximo dia 7. Depois disso, técnicos do Ministério devem avaliar a documentação e dar o aval antes do início dos trabalhos.

O MTPAC não se manifesta sobre o contrato da Docas com a Dragabras, que foi suspenso pela Justiça. A Codesp informa que está tomando, de imediato, as medidas judiciais cabíveis para garantir a continuidade desses serviços essenciais ao funcionamento do Porto de Santos.

No mês passado, a Boskalis obteve outro mandado de segurança contra a Codesp. Neste caso, a empresa conseguiu paralisar o andamento de uma licitação para contratar empresa que realizaria a dragagem de berço no cais santista. Esta ação ainda está em andamento.

Procurada pela Reportagem, a Boskalis não se manifestou sobre os processos até o fechamento desta reportagem.

Fonte: A Tribuna.