Inicialmente, os manifestos também se estenderiam para outros complexos portuários do País. No entanto, as três federações da categoria emitiram, na última segunda-feira, uma circular conjunta suspendendo a paralisação nacional. A greve parcial acabou se limitando ao cais santista.
“Nesse caso (com a paralisação temporária), há reflexos na logística e na programação dos navios. Isso faz com que os cargueiros, principalmente, os de contêiner desenvolvam maior velocidade (para conseguir cumprir os agendamentos) gastando mais combustível e aumentando os custos”, explicou o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, que previa suspensão das operações pela estiva por uma hora em cada turno dos TPAs.
Na semana passada, Roque chegou a apontar as ações das agências marítimas para minimizar reflexos da possível greve de ontem e da marcada para hoje. Antecipar os pedidos de autorização ficou entre as medidas adotadas pelos agentes.
Braços cruzados
Segundo a Codesp, os estivadores cruzaram os braços apenas pela manhã, quando 13 cargueiros – de um total de 35 – ficaram sem operar no Porto de Santos. Até o fechamento desta edição, a Companhia Docas não havia registrado nenhuma outra paralisação das atividades.
A interrupção momentânea das operações chegou a durar mais de uma hora. No terminal da Santos Brasil, na Margem Esquerda (Guarujá) do complexo, os avulsos ficaram duas horas sem trabalhar, informou a empresa. A retomada das atividades aconteceu às 10h30.
O motivo do protesto da estiva é o cumprimento da Convenção 137 da Organização Internacional do Trabalho. O texto garante aos profissionais registrados direitos na contratação de mão de obra que vão atuar em terminais privados. Nesse cenário, a reclamação dos estivadores envolve o novo marco regulatório do setor portuário, a Lei 12.815/13.
Regulamentada pela presidente Dilma Rousseff há cerca de 15 dias, a legislação não obriga novos terminais privativos a contratarem trabalhadores ligados ao Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra).
As manifestações devem continuar hoje, quando os portuários pretendem aderir ao movimento nacional de todas as categorias profissionais. Caso o ato se concretize, os impactos no Porto serão maiores, garantiu Roque, que espera apenas que órgãos anuentes como a Alfândega e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não integrem a paralisação.
Fonte: A Tribuna