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Privatização das Companhias Docas pode ser “tiro no pé”, avalia especialista

Privatização prejudicial

Na gíria econômica, “tiro no pé” significa medida equivocada (erro ou burrice) que prejudica o próprio autor ou quem quer favorecer. Isso é o que se passa com o projeto de venda/privatização das Companhias Docas, a começar pela do Espírito Santo (Codesa), claramente contrário aos interesses nacionais e dos próprios empresários. Seguindo os princípios básicos da economia de mercado, fáceis de entender, a empresa operadora que ficar com a Docas (por venda direta, licitação etc.) terá, forçosamente, de debitar essa despesa e também as de administração e o lucro na fatura paga pelos terminais. Esses, por sua vez, repassam tais valores para os exportadores e importadores que, logicamente, os incluem no preço final do produto comprado pelo consumidor (povo), no Brasil e no exterior. Assim, esse verdadeiro tiroteio nos pés atinge não só os dos consumidores dos artigos importados (vinhos, bacalhau, celulares, frutas etc.), mas também os do próprio governo onerando as exportações. No setor, é regra universal lógica: no porto, toda a despesa recai sobre a carga. Se, por acaso, essa nova jabuticaba brasileira tiver êxito, certamente os EUA e a Holanda irão adotá-la nos portos de Los Angeles e Roterdã, desprivatizados séculos atrás.

Turismo/cassinos

No momento em que o País passa por grave crise, com déficit orçamentário, baixa arrecadação, desemprego e turismo irrisório, torna-se verdadeiro absurdo o não aproveitamento dos cassinos em hotéis e resorts para ajudar na solução desses problemas. Mais de 100 nações filiadas à OMT/ONU, desenvolvidas ou não, desfrutam das vantagens dos cassinos, entre as quais as campeãs do turismo, China, EUA e França, mas também Espanha, Rússia, Itália, Japão, Portugal, Argentina, Uruguai, Chile, México e muitas outras. Na realidade, ficam de fora, sem hotéis-cassinos – nem têm condições de os manter -, os países pobres, subdesenvolvidos. Absolutamente sem fundamento o argumento de dois senadores, segundo o qual a reabertura dos cassinos tornaria o Brasil o paraíso da corrupção e da lavagem de dinheiro. Pelos fatos atuais, a corrupção parece já ter chegado ao nível e volume máximos. Enquanto a lavagem de dinheiro ficou facílima por meio de bancos, empreiteiras, obras no exterior, cervejarias, joias e malas. Seria difícil – senão impossível – para os corruptos e contraventores conseguir associação de qualquer hotel-cassino para lavagem de dinheiro. Aliás, não se tem notícia de escândalos de corrupção/lavagem de dinheiro em nenhuma rede de hotéis-cassinos dos países filiados à OMT. Em 1946, os cassinos foram fechados não por lavagem de dinheiro, mas por indevida motivação religiosa.

Dragagem

Nos países desenvolvidos/industrializados e grandes exportadores, as dragagens dos portos são de responsabilidade do Estado, sem cobrança de taxas – é claro – para não onerar os embarques. Em Santos, apesar de os usuários (exportadores/importadores) pagarem uma indevida taxa de dragagem, o serviço é irregular, feito com atraso. Insatisfeitas, as entidades de prestadores de serviços estão pensando em criar consórcio/empresa privada para cuidar da dragagem, o que seria outra jabuticaba: com os exportadores custeando serviço público e onerando seus próprios embarques. Se o governo ficar responsável pelas contas dessa empresa, tudo bem. A outra solução, mais lógica e prática, seria a delegação da administração dos portos paulistas ao governo estadual, como já ocorre no Paraná e R. G. do Sul, onde seus portos, de Paranaguá e Rio Grande, são os melhores do País. Para ilustrar, a dragagem do porto de Nova York está entregue ao próprio exército americano (U.S. Army), sem qualquer taxa para os exportadores.

Roterdã/Los Angeles

Logo no início do ciclo de modernização e expansão do comércio mundial, para prevalecer a economia de mercado e livre-concorrência, ficou clara a impossibilidade de uma companhia privada administrar porto público onde outras empresas operam. Isso ficou plenamente comprovado séculos atrás nos principais portos da Europa e dos Estados Unidos. Fundado e administrado no século 13 pela Cia. das Índias Orientais, o porto de Roterdã, com a expansão do mercado, cresceu rapidamente. E as novas empresas que chegavam começaram a reclamar livre-concorrência e imparcialidade passando, então, o porto para o controle do Estado. Atualmente, o porto é bem administrado pela empresa municipal Havenbedrijf Rotterdam N.V. Situação semelhante ocorreu no porto de Los Angeles, que, no final do século 19, era controlado/administrado pelo empresário Phineas Banning, mas com a expansão e chegada de outras companhias operadoras passou para o controle do município. Hoje, o porto está sob administração do Los Angeles Harbor Department.

Livros

Depois do suporte dado à recuperação da economia brasileira – embora não reconhecido pelo governo – e da missão ao BRICS/comercial, a China entrou na ordem do dia. Assim, como é praticamente desconhecida dos brasileiros, permito-me sugerir alguns livros da Aduaneiras – oito entre os dez que publiquei sobre o assunto – editados pela visão clara de Carlos Serra. Frutos de cinco viagens de pesquisas por todo o gigante asiático.

Fonte: Aduaneiras

Privatização das Companhias Docas pode ser “tiro no pé”, avalia especialista

Privatização prejudicial

Na gíria econômica, “tiro no pé” significa medida equivocada (erro ou burrice) que prejudica o próprio autor ou quem quer favorecer. Isso é o que se passa com o projeto de venda/privatização das Companhias Docas, a começar pela do Espírito Santo (Codesa), claramente contrário aos interesses nacionais e dos próprios empresários. Seguindo os princípios básicos da economia de mercado, fáceis de entender, a empresa operadora que ficar com a Docas (por venda direta, licitação etc.) terá, forçosamente, de debitar essa despesa e também as de administração e o lucro na fatura paga pelos terminais. Esses, por sua vez, repassam tais valores para os exportadores e importadores que, logicamente, os incluem no preço final do produto comprado pelo consumidor (povo), no Brasil e no exterior. Assim, esse verdadeiro tiroteio nos pés atinge não só os dos consumidores dos artigos importados (vinhos, bacalhau, celulares, frutas etc.), mas também os do próprio governo onerando as exportações. No setor, é regra universal lógica: no porto, toda a despesa recai sobre a carga. Se, por acaso, essa nova jabuticaba brasileira tiver êxito, certamente os EUA e a Holanda irão adotá-la nos portos de Los Angeles e Roterdã, desprivatizados séculos atrás.

Turismo/cassinos

No momento em que o País passa por grave crise, com déficit orçamentário, baixa arrecadação, desemprego e turismo irrisório, torna-se verdadeiro absurdo o não aproveitamento dos cassinos em hotéis e resorts para ajudar na solução desses problemas. Mais de 100 nações filiadas à OMT/ONU, desenvolvidas ou não, desfrutam das vantagens dos cassinos, entre as quais as campeãs do turismo, China, EUA e França, mas também Espanha, Rússia, Itália, Japão, Portugal, Argentina, Uruguai, Chile, México e muitas outras. Na realidade, ficam de fora, sem hotéis-cassinos – nem têm condições de os manter -, os países pobres, subdesenvolvidos. Absolutamente sem fundamento o argumento de dois senadores, segundo o qual a reabertura dos cassinos tornaria o Brasil o paraíso da corrupção e da lavagem de dinheiro. Pelos fatos atuais, a corrupção parece já ter chegado ao nível e volume máximos. Enquanto a lavagem de dinheiro ficou facílima por meio de bancos, empreiteiras, obras no exterior, cervejarias, joias e malas. Seria difícil – senão impossível – para os corruptos e contraventores conseguir associação de qualquer hotel-cassino para lavagem de dinheiro. Aliás, não se tem notícia de escândalos de corrupção/lavagem de dinheiro em nenhuma rede de hotéis-cassinos dos países filiados à OMT. Em 1946, os cassinos foram fechados não por lavagem de dinheiro, mas por indevida motivação religiosa.

Dragagem

Nos países desenvolvidos/industrializados e grandes exportadores, as dragagens dos portos são de responsabilidade do Estado, sem cobrança de taxas – é claro – para não onerar os embarques. Em Santos, apesar de os usuários (exportadores/importadores) pagarem uma indevida taxa de dragagem, o serviço é irregular, feito com atraso. Insatisfeitas, as entidades de prestadores de serviços estão pensando em criar consórcio/empresa privada para cuidar da dragagem, o que seria outra jabuticaba: com os exportadores custeando serviço público e onerando seus próprios embarques. Se o governo ficar responsável pelas contas dessa empresa, tudo bem. A outra solução, mais lógica e prática, seria a delegação da administração dos portos paulistas ao governo estadual, como já ocorre no Paraná e R. G. do Sul, onde seus portos, de Paranaguá e Rio Grande, são os melhores do País. Para ilustrar, a dragagem do porto de Nova York está entregue ao próprio exército americano (U.S. Army), sem qualquer taxa para os exportadores.

Roterdã/Los Angeles

Logo no início do ciclo de modernização e expansão do comércio mundial, para prevalecer a economia de mercado e livre-concorrência, ficou clara a impossibilidade de uma companhia privada administrar porto público onde outras empresas operam. Isso ficou plenamente comprovado séculos atrás nos principais portos da Europa e dos Estados Unidos. Fundado e administrado no século 13 pela Cia. das Índias Orientais, o porto de Roterdã, com a expansão do mercado, cresceu rapidamente. E as novas empresas que chegavam começaram a reclamar livre-concorrência e imparcialidade passando, então, o porto para o controle do Estado. Atualmente, o porto é bem administrado pela empresa municipal Havenbedrijf Rotterdam N.V. Situação semelhante ocorreu no porto de Los Angeles, que, no final do século 19, era controlado/administrado pelo empresário Phineas Banning, mas com a expansão e chegada de outras companhias operadoras passou para o controle do município. Hoje, o porto está sob administração do Los Angeles Harbor Department.

Livros

Depois do suporte dado à recuperação da economia brasileira – embora não reconhecido pelo governo – e da missão ao BRICS/comercial, a China entrou na ordem do dia. Assim, como é praticamente desconhecida dos brasileiros, permito-me sugerir alguns livros da Aduaneiras – oito entre os dez que publiquei sobre o assunto – editados pela visão clara de Carlos Serra. Frutos de cinco viagens de pesquisas por todo o gigante asiático.

Fonte: Aduaneiras