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Estivadores iniciam operação padrão no Porto de Santos

Categoria protesta contra implementação do intervalo de 11 horas de descanso entre jornadas

Os estivadores do Porto de Santos iniciaram uma operação padrão às 7 horas desta quinta-feira (1º), como forma de protesto por conta da decisão do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) de implantar o intervalo de 11 horas de descanso entre as jornadas dos trabalhadores avulsos (TPA’s).

Na prática, isso significa que os trabalhadores irão embarcar nos navios, porém atuarão com o mínimo de pessoas possível. Às 10 horas, haverá uma reunião para tentar resolver o impasse entre os trabalhadores portuários, o Ogmo e o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp).

Justificativas

Para Sandro Olímpio, diretor beneficente do Sindicato dos Estivadores, o Ogmo não ouviu os trabalhadores. “Por lei, eles deveriam homologar o que é discutido entre patrão e empregado, mas em nenhum momento fomos chamados”.

Além disso, ele cita a reforma trabalhista aprovada em novembro do ano passado ao refutar as justificativas usadas pelo Sopesp para aplicar a lei que prevê o intervalo de 11 horas entre jornadas. “Ela (a reforma) fala que o acordado sobrepõe o legislado, e temos acordos coletivos e resoluções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que nos dá garantia salarial mesmo quando não há trabalho a executar”.

Olímpio explicou que esses acordos são importantes pois preveem excepcionalidades, que para a categoria são essenciais para o trabalho dos estivadores no Porto. “Existem trabalhos que não podem ser feitos na chuva, outros que não podem ser feitos por causa de quebra de equipamento ou pois o navio não atracou. Por causa disso muitas vezes o trabalhador não consegue cumprir sua carga horária, e os acordos que preveem as excepcionalidades e a dobra são o que garantem o cumprimento da jornada”, afirmou.

Reivindicações

A categoria está em campanha salarial e já havia aprovado a possibilidade de greve em uma assembleia realizada após passeata ocorrida na manhã da última segunda-feira (26). Os estivadores reivindicam basicamente a manutenção do mercado de trabalho, o “não extermínio dos avulsos nos terminais” e melhores salários.

O intervalo de 11 horas entre duas jornadas de trabalho é um dos itens que o Sopesp se recusa a negociar, enquanto os trabalhadores propõem na pauta “garantia salarial diária e mensal, com intervalo de descanso obrigatório de 11 horas entre duas jornadas de trabalho, no sistema de rodízio do Ogmo, na falta de engajamento no trabalho devido à sazonalidade”.

Fonte: A tribuna