Congestionamentos serão tema de debates no Santos Export
Harmonizar a relação entre os portos e as cidades é um dos grandes desafios dos gestores públicos. Em Santos, onde está o maior complexo portuário da América Latina, isso toma proporções ainda maiores em virtude de vários problemas, que se acumularam ao longo dos anos, como a falta de investimentos em infraestrutura necessária para suportar o crescimento da demanda.
Para o secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos, José Eduardo Lopes, a solução é correr contra o tempo. Os problemas logísticos e as dificuldades enfrentadas nos acessos ao Porto de Santos são temas que serão debatidos durante o Santos Export – Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos.
Neste ano, o evento, promovido pelo Sistema A Tribuna de Comunicação e Una Marketing de Eventos, chega à sua 11ª edição. O encontro será realizado nos dias 26 e 27 de agosto, no Mendes Convention Center, e reunirá gestores públicos e privados em palestras e debates.
Um dos trunfos para se superar os conflitos a médio prazo, segundo Lopes, é o financiamento de R$ 240 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será liberado para obras de acesso ao Porto na entrada do município. O recurso vai viabilizar a primeira etapa do empreendimento, que envolve a construção de uma ponte entre os bairros Jardim São Manoel e Bom Retiro.
O projeto, que tem um custo total de R$ 600 milhões, abrange ainda mais dois viadutos: um ligará a Anchieta com a Avenida Nossa Senhora de Fátima e fará a ligação da Rodovia à Rua Martins Fontes.
O secretário ressalta que outra saída para amenizar a conturbada relação Porto-Cidade é investir em mudanças na matriz do transporte, diminuindo o grande fluxo de caminhões dentro do cais. Segundo a Codesp, são aproximadamente 9,5 mil veículos trafegando por dia na zona portuária. “Estudos relevam que o sistema hidroviário é uma alternativa. Santos tem condições de instalar plataformas logísticas do gênero, criando uma opção no transporte de carga para embarque e desembarque. A outra aposta é nas ferrovias, que devem ter um impulso por parte da iniciativa privada”, explicou.
MÃO DE OBRA
José Eduardo Lopes defende o investimento em mão de obra qualificada no município como uma forma de estabelecer uma relação sustentável entre o Porto e a Cidade. E neste caso, segundo ele, uma das grandes ferramentas é o Centro de Excelência Portuária de Santos (Cenep). “Neste ano, o Centro vai aplicar ainda os cursos integrantes do Programa do Ensino Profissional Marítimo (Prepom Portuários) para trabalhadores portuários avulsos. Além disso, investe em aulas preparatórias para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e de Ensino Fundamental”, afirmou.
O secretário destaca que o Santos Export é uma oportunidade única para discutir e complementar discussões sobre a relação entre complexo portuário e Cidade. Ele frisa, também, a importância do evento realizar uma missão técnica com empresários e agentes públicos para Jebel Ali, o principal porto de Dubai, nos Emirados Árabes. “Espero voltar da viagem com soluções que podem servir de inspiração para a nossa realidade”.
Neste ano, além de debater as questões pontuais do cais santista, o Santos Export vai abordar os reflexos da nova Lei dos Portos e temas como o gargalo logístico e seus impactos no maior porto da América Latina. O modelo portuário de Jebel ALi, o principal porto de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos também será destaque. Uma missão técnica com lideranças governamentais e empresariais visitará o complexo, que está entre os maiores em movimentação de contêineres no mundo.
Fonte: A Tribuna