Ele, que também é presidente da Inter.B – Consultoria Internacional de Negócios e diretor de País do Internacional Growth Center (London School of Economics e Universidade de Oxford), será um dos palestrantes na 11ª edição do Santos Export – Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos, que acontece entre os dias 26 e 27 de agosto, no Mendes Convention Center, em Santos. O evento é uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação e uma realização da Una Marketing de Eventos.
Frischtak aponta que há um subinvestimento no setor portuário brasileiro, além de algumas distorções na recente Lei dos Portos. “O primeiro passo para que a lei dê certo é a correção das assimetrias. Aumentar os custos das operações portuárias dos portos organizados vai fazer o porto público definhar”, diz.
Para ele, há uma grande distorção entre os benefícios para os recém-criados Terminais de Uso Privado (TUPs) e os portos organizados, que continuam ligados ao serviço público.
“Para que haja o mínimo de sucesso é preciso equalizar essas assimetrias e despolitizar as entidades regulatórias. Mesmo com a nova proposta de gestão focada em metas e profissionalização, se não houver despolitização radical dos mecanismo reguladores federais e estaduais será difícil avançar”, alerta.
Segundo o consultor, com as novas possibilidades, o Brasil vai presenciar, nos próximos anos, uma resposta investidora às oportunidades geradas pelo setor portuário. Isso acontecerá com a criação dos novos terminais e o estímulo à concorrência interna entre os portos públicos, agora em busca de mais eficiência (maior movimentação possível de carga pelo menor preço por tonelada).
“O desafio do sistema, além da tecnificação, é garantir a liberdade de investimento também dentro dos portos organizados”, ressalta o consultor.
Investimentos
Um levantamento realizado pela Consultoria Inter.B aponta que, no período de 2001 a 2012, a média de investimentos brasileira foi de 2,19% do PIB (Produto Interno Bruto), concentrados em energia elétrica, telecomunicações e transporte rodoviário. Os portos ocupam a sexta colocação entre nove setores analisados, com um montante de R$ 25,7 bilhões no período.
“O resultado foi que a estrutura deteriorou-se, junto com a oportunidade do país de se destacar. O Estado despoupa e gasta mal. Somados à fragilidade da política fiscal e monetária, esses fatores contribuíram para que o país ficasse menos atrativo, a política macroeconômica se deteriorasse e a capacidade de exportação reduzisse”, aponta Frischtak.
Em contrapartida, o Brasil continua muito competitivo no agronegócio que, no ano passado, exportou o valor recorde de US$ 95,81 bilhões de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O setor parece ter retomado alguns pontos cruciais para o avanço econômico.
O consultor aponta a maior atenção dada pelo Banco Central à inflação, os pacotes de investimento do Governo na matriz de transportes e, no setor portuário, a aprovação da Lei dos Portos como os exemplos de medidas de incentivo à retomada da competitividade do País no comércio exterior.
Fonte: A Tribuna