Em novembro do ano passado, foi divulgada a investigação sobre esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos da União. A ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rose Noronha, era uma das envolvidas. Além dela, empresários do setor portuário e pessoas ligadas ao Governo Federal e foram citados e até presos pela PF.
O procurador-geral destaca que interceptações telefônicas mostram que o ex-diretor de Hidrovias da Agência Nacional de Águas (Ana), Paulo Rodrigues Vieira, apontado como um dos integrantes da organização criminosa, “mantinha contato com diversas autoridades detentoras de prerrogativa de foro, incluindo-se o deputado Costa Neto”.
Vieira também ocupou o cargo de membro do Conselho de Administração (Consad) da Codesp. Sua gestão foi de 2009 até dezembro do ano passado, quando, um mês após o início das investigações, ele foi destituído do cargo.
Gurgel completa ainda dizendo que “examinando os diálogos travados entre ambos, extrai-se que o parlamentar, valendo-se de sua influência política, tanto prestava como solicitava favores a Paulo Vieira, além de, em certas ocasiões, haver indícios de patrocínio de interesses privados perante a administração pública”.
Ao transcrever três diálogos entre Costa Neto e Vieira, o procurador-geral da República afirma que é preciso investigar como ocorriam as trocas de favores, esclarecendo se eram vinculadas à solicitação ou recebimento de vantagens pelo parlamentar”.
Ministério dos Transportes
Ontem, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) subiu à tribuna do Senado e, em discurso acalorado, comemorou a conclusão das investigações conduzidas por Gurgel, sobre as denúncias que o afastaram do Ministério dos Transportes.
Ao contrário da Operação Porto Seguro, que ainda segue em investigação, não há indícios de envolvimento de Nascimento nem do deputado Costa Neto nas irregularidades encontradas nas licitações e contratos na pasta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU).
Fonte: A Tribuna