No último ano, a região do Porto de Santos foi sufocada pela falta de uma infraestrutura adequada para o escoamento da safra agrícola e de outras mercadorias. Com os prejuízos tanto à operação portuária quanto às cidades, os governos municipais, Estadual e Federal estipularam metas e investimentos para melhorar o fluxo de mercadorias até os terminais. A implantação de soluções rápidas – como a criação de pátios reguladores e a adoção de planos de gerenciamento de crise – são defendidas pelas administrações municipais para mitigar os impactos negativos da atividade portuária na região.
Os problemas logísticos decorrentes das operações do cais santista serão debatidos durante o Santos Export – Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos, que acontecerá nos próximos dias 26 e 27, no Mendes Convention Center, em Santos. O evento é uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação e uma realização da Una Marketing de Eventos.
“De imediato, instituímos um plano de contingências em situação de crise. Com ele, toda vez que ocorrer congestionamentos por caminhões, temos acesso às câmeras de monitoramento e podemos acompanhar a solução em tempo real. Estamos atuando, inclusive multando os terminais que trazem mais caminhões do que têm capacidade de operar”, destaca o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa.
A organização da logística dos terminais portuários, que agora utilizam um sistema on line para o registro da movimentação dos caminhões, é apontada pelos prefeitos de Santos, Cubatão, Guarujá e Praia Grande como a solução, a curto prazo, para os transtornos observados nas rodovias de acesso e refletidos na rotina das cidades.
A prefeita de Cubatão, Márcia Rosa, lembra que os impactos já vêm sendo comunicados há tempos às autoridades. “Cubatão é uma cidade não só atravessada, mas segmentada pelas rodovias e ferrovias. Quando a rodovia para por causa de um congestionamento, a cidade para junto, pois os moradores não conseguem se locomover”, diz.
Em Guarujá, a prefeita Maria Antonieta de Brito cita ações emergenciais para solucionar os problemas do trânsito locais. Ela destaca a participação de agentes da Guarda Civil Municipal, que se revezam, em plantões, para controlar e monitorar a Rua Idalino Pinez (Rua do Adubo) e o entorno. A via é a principal ligação entre a Rodovia Cônego Domênico Rangoni e os terminais da Margem Esquerda do Porto de Santos.
O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, também alerta para os reflexos dessas dificuldades. “Quando o Porto praticamente se limitava a Santos e as cidades do entorno não eram tão urbanizadas, tão populosas e não eram conturbadas, não havia todo esse impacto. Isso também decorre do fato de o transporte rodoviário ter sido estabelecido como matriz principal da logística, uma matriz que não foi modernizada ao longo dos anos”, destaca Mourão.
Evento
O modelo portuário de Jebel Ali, o principal porto de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, também será destaque da próxima edição do Santos Export. E após os debates, uma missão técnica com lideranças governamentais e empresariais da região visitará o complexo, que está entre os maiores em movimentação.
Anhumas Corretora de Seguros, Brasil Terminal Portuário (BTP), Concais, Ecoporto Santos, Embraport, Grupo Libra, Localfrio Logística, Marimex, Rodrimar e Santos Brasil patrocinam o evento. Ele tem o apoio da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC), da Associação Comercial de Santos, do Porto de Santos e da Praticagem.
Fonte: A Tribuna