O Cepal, o organismo das Nações Unidas responsável por analisar a economia dos países da América Latina e do Caribe mostrou-se preocupado com o fato dos países da região estarem fora das rodadas de negociações comerciais entre os principais produtores do mundo: Europa, América do Norte e Ásia. A Cepal afirma que esses acordos terão um forte impacto na distribuição geográfica e na governança dos fluxos mundiais de comércio e investimentos nos próximos anos.
“A magnitude destas iniciativas, tanto em termos do peso econômico de seus participantes como de sua ambiciosa agenda temática, poderia implicar que até 2020 ocorra uma verdadeira redefinição das regras do comércio internacional”, diz o documento.
Para o organismo, corre-se o risco de que as novas regras negociadas regionalmente se convertam em padrões mundiais, mesmo que esses acordos estejam sendo feitos à margem da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O diretor da divisão de comércio internacional e integração da Cepal, Osvaldo Rosales, diz esperar que o brasileiro Roberto Azevedo, que tomou posse como diretor da OMC,modifique o rumo dessas negociações. As recentes negociações de longo alcance incluem temas não abordados pela OMC, lembra a Cepal, e que são importantes para as redes internacionais de produção.
Há uma aproximação dos marcos regulatórios dos países envolvidos tanto em relação ao comércio de bens – por exemplo, regulamentos técnicos para a fabricação de automóveis ou exigências sanitárias para produtos agrícolas – como nas transações envolvendo serviços – normas prudenciais aplicáveis às operações financeiras, entre outras.
Fonte: A Tribuna