Com base nesses resultados e nas projeções para o mês passado (cujos dados estão sendo fechados) e o último trimestre do ano, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária de Santos, mantém a previsão de fechar 2013 com a soma recorde de 112,619 milhões de toneladas, uma alta de 7,7% em relação ao resultado do ano passado.
Esses números e projeções integram o balanço operacional do Porto em agosto, divulgado na tarde de ontem pela Docas. O levantamento destaca a marca conquistada no mês, que suplantou em 7,7% o recorde anterior, de agosto de 2012, quando 10,547 milhões de toneladas passaram pelos terminais da região. Na comparação entre os oito primeiros meses deste ano e o mesmo período do último exercício, o crescimento foi de 12,6%.
De acordo com o levantamento da Codesp, as exportações foram as principais responsáveis pelo crescimento da movimentação. No mês, elas responderam por 71,24% das toneladas transportadas pelo complexo. Foram 8.091 milhões de toneladas, uma alta de 7,6% sobre agosto do ano passado. As importações apresentaram um aumento levemente superior, 7,9%, mas com um menor impacto, devido a sua participação inferior no resultado final. As 3,266 milhões de toneladas desembarcadas responderam por 28,76% das toneladas movimentadas.
A importância das exportações nos resultados do Porto fica mais evidente na análise dos oito primeiros meses do ano. Os embarques somaram 53,223 milhões de toneladas, 70,39% do total registrado pela Codesp, e representaram um aumento de 16,5%. As importações chegaram a 22,381 milhões de toneladas, 29,61% do movimento geral e 4,4% a mais do que de janeiro a agosto de 2012.
Entre as principais cargas operadas no Porto, está o açúcar. Foram 2,41 milhões de toneladas em agosto – 2,088 milhões solto, 58,5 mil em sacos e 263 mil em contêineres. No total, a commodity apresentou um crescimento de 2,1%. No acumulado do ano, a alta é bem maior, 36,9%. Foram 12,86 milhões de toneladas, 11,17 milhões de toneladas do produto a granel (solto), 1,35 milhão de toneladas em contêineres e 330 mil em sacos.
O complexo soja, que engloba a carga em grão e farelo, alcançou 14,423 milhões de toneladas de janeiro a agosto deste ano, um aumento de 13,8%. No mês, foram 856,08 mil toneladas, 38,6% a mais do que em agosto de 2012.
Nas importações, o agronegócio também se destacou. O produto de maior participação foi o adubo, com 2,146 milhões de toneladas no acumulado do ano, uma alta de 4,3%.
Contêineres
Também foram registrados recordes nas operações de contêiner. Agosto se tornou o mês com maior movimentação dos cofres de carga na história do Porto, que recebeu 204.579 unidades (324.630 TEU, que são as unidades equivalentes a um contêiner de 20 pés). Foram 16 mil (8,8%) a mais do que em agosto do ano passado, até então o detendor da marca.
No acumulado, foram 1,394 milhão de unidades (2,212 milhões de TEU), total também recorde. Esses contêineres movimentaram 22,938 milhões de toneladas, 30,33% do movimento do Porto até agosto.
Navios
Como tem ocorrido nos últimos meses, a quantidade de navios que atracou em Santos, tanto no mês como no acumulado do ano, apresentou queda. Em agosto, o complexo recebeu 465 embarcações (5,9% a menos do que no mesmo mês do ano passado), totalizando 3.512 cargueiros (também uma redução de 5,9%) desde o início do ano.
A diminuição ocorre devido ao novo perfil dos navios que escalam em Santos, cada vez maiores e, portanto, com maior capacidade de transporte. Assim, apesar do aumento na movimentação, um número reduzido de embarcações consegue atender a demanda. De acordo com a Codesp, essa diminuição representa ganho de 19,63% na consignação média da carga.
Para o diretor-presidente da Codesp, Renato Barco, ações como a dragagem, o novo sistema viário do Porto, a crescente produtividade de terminais e a intensificação da logística têm garantido o bom desempenho de Santos diante da elevada demanda. “Alcançamos quase 11,4 milhões de toneladas em um único mês sem que o complexo acusasse sobrecarga no atendimento”, lembra o executivo.
Atualmente, o complexo tem uma infraestrutura portuária (terminais, berços, profundidade no acesso aquaviário) suficiente para operar 140 milhões de toneladas por ano, destaca Barco. E essa capacidade deve aumentar, afirma o presidente, com a conclusão das obras de infraestrutura previstas e aquelas em andamento e, também, com os novos terminais – Embraport e Brasil Terminal Portuário – continuando o processo de implantação e chegando à plena capacidade operacional.
Fonte: A Tribuna