O Brasil se destaca como principal exportador de proteína halal, mas, de acordo com a Coordenadora de Projetos de Promoção Internacional do Agronegócio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Paula Soares, há um projeto para que outros setores produtivos comecem a se destacar e entender este mercado.
“O mercado halal tem que ir além do setor de proteínas. O primeiro passo do Projeto Halal do Brasil da ApexBrasil, que começou há um ano, é fazer com que outros setores, como turismo e moda, entendam que o halal vai além da certificação. O halal também envolve sustentabilidade e cadeia de suprimentos, por exemplo. As companhias brasileiras que não são da área de proteína não têm essa informação ainda”, disse Paula durante o 2º Global Halal Brazil Business Forum (GHB), promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e pela certificadora Fambras Halal, nesta segunda-feira (23/10), em São Paulo. A Câmara Árabe é parceira da ApexBrasil no Projeto Halal.
No painel “Valor agregado do halal para os consumidores”, mediado pelo professor assistente de Sociologia e Estudos Islâmicos da Johns Hopkins University dos Estados Unidos, Ryan M. Calder, Paula falou sobre as outras iniciativas. “O objetivo do segundo e terceiro passos é envolver as empresas brasileiras em feiras e missões realizadas pelo governo e a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, para que elas aprendam mais sobre o mercado halal e as oportunidades de vendas que existem nos países. Além dos países mulçumanos, a Europa e os Estados Unidos também estão consumindo produtos halal. O projeto deve ter duração de três anos”, completou Paula.
A perspectiva de crescimento para outros setores do mercado halal foi confirmada pela pesquisa divulgada no ano passado pelo Salaam Gateway – Portal de Economia Islâmica Global. “Há uma projeção de crescimento em gastos nos setores de alimentos e bebidas, produtos farmacêuticos e cosméticos de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 10 trilhões de reais) em 2024”, explicou Shaik Zakeer Hussain, gerente de operação da Salaam Gateway na Índia.
Fonte: Agência Anba – Anba