Identificar produtos e parceiros que possam participar de trocas comerciais com a Letônia – e através dela, com outras nações do Leste Europeu – é uma das ações que serão tomadas para estreitar as relações do país europeu com o Brasil. Ontem, em Santos, o 1º seminário Brasil–Letônia para Promoção do Comércio Exterior e Conexões Logísticas discutiu as estratégias para ampliar os volumes de exportação e importação entre as duas nações.
O evento, uma iniciativa da Secretaria de Portos (SEP) e do Consulado da Letônia em Brasília, durou todo o dia. Ele ocorreu na sede da Presidência da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária de Santos.
A Letônia é considerada a porta de entrada dos produtos brasileiros para os mercados do Leste Europeu. Cargas destinadas a grandes polos compradores do produto brasileiro, passam pelo país antes do destino final.
De acordo com a delegação estrangeira, os três principais portos da nação movimentam 75 milhões de toneladas anualmente – dois terços do que Santos deve operar em 2013, 112 milhões de toneladas. Como o país faz divisa com a Rússia, grande parte das cargas que passam pela Letônia é direcionada ao mercado russo, um dos maiores compradores das commodities brasileiras.
Seminário realizado na sede da Codesp debateu as estratégias comerciais entre Brasil e Letônia
Segundo o assessor de Relações Internacionais da SEP, José Newton Barbosa Gama, o objetivo do encontro é intensificar o comércio entre o Brasil e a Letônia. Para isso, os governos dos dois países apostam em atividades do poder público e da iniciativa privada.
“A ideia é identificar produtos e fornecedores de logística que possam atuar nesse comércio. Sabemos também que há um grande entendimento no sentido de estabelecer a Embraer em Riga (capital do país)”, destacou.
De acordo com o diretor do Departamento de Competitividade no Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), André Marcos Favero, a Letônia tem uma localização estratégia e grande potencial para trocas comerciais com países da Europa e da Ásia.
“O mais importante em termos de oportunidade com a Letônia, além de abastecer o próprio mercado, é utilizá-la como corredor logístico para distribuir os produtos brasileiros em outros países próximos. Eles mesmos apresentaram uma série de facilidades e benefícios que têm nos portos para fazer com que os nossos produtos cheguem a locais como Rússia, Uzbequistão, Cazaquistão, de maneira competitiva, rápida e barata”.
Segundo o diretor do MDIC, carnes, componentes e algumas commodities são o grande foco das trocas comerciais. Mas também é grande a importação de produtos eletrônicos que vêm daquela região. Cerca de US$ 20 milhões são movimentados todos os anos no comércio entre os países.
“O que vem de lá para cá é principalmente material eletrônico como modens, receptores e transmissores. Mas o volume é muito pequeno e entendemos que ele pode ser aumentado. Já daqui para lá, é grande a quantidade de carnes suínas, bovinas e frango, além, claro, de açúcar e café”, destacou o diretor do MDIC.
A embaixadora da Letônia no Brasil, Alda Vanaga, reconhece que seu país não é um forte mercado consumidor. A população não chega a 3 milhões de habitantes. Mas frisa que a nação teve um aumento do PIB da ordem de 5,5% no ano passado e representa um ponto estratégico para conexão com os demais países da região.
Fonte: A Tribuna