O primeiro trecho do novo cais construído através das obras de alinhamento do Cais de Outeirinhos entrará em operação em dois meses. Em março, os 512 metros, que ficam nas proximidades da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), servirão para transferir a operação das instalações do T-Grão e da Citrovita, onde a segunda frente de trabalho será iniciada. A previsão é de que esta etapa seja concluída em um ano.
O empreendimento, que é o maior investimento portuário do Programa de Aceleração do Crescimento voltado aos jogos mundiais de futebol deste ano (PAC – Copa), prevê a ampliação do cais – onde fica o Terminal de Passageiros Giusfredo Santini. Dos atuais 630 metros, ele passará a ter 1.320 metros.
Com isso, será possível a atracação simultânea de seis navios de cruzeiro no local. Hoje, podem atracar apenas três, que encontram pontos com 4,5 e 7,5 metros de profundidade. Os novos berços terão 15 metros de fundura.
Os trabalhos foram divididos em sete trechos. As áreas 1 e 2 compreendem o Cais da Marinha. O terceiro fica próximo às instalações da Citrovita e o quarto, na região do T-Grão. Já os trechos 5, 6 e 7 são os do Terminal de Passageiros.
Os primeiros 512 metros que estão em fase final de construção compreendem os trechos 1 e 2 completos, além de uma parte do trecho 3. De acordo com o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira da Silva Vicente, a expectativa é concluir a primeira etapa da obra no mês que vem.
Para isso, será necessário o recapeamento asfáltico e a instalação de redes de utilidades, que são sistemas de iluminação pública, água e combate à incêndio. Vicente também destaca a necessidade de cravação de estacas raízes em um trecho de 270 metros.
Elas servem para proteger o antigo cais da pressão exercida por navios de grande porte que atracarão no local. As estacas raízes são cravadas nas posições vertical e diagonal, em um ângulo de 15 graus para evitar o desgaste do cais original.
“Hoje, é possível verificar que já temos mais de 300 metros do cais pronto, com concreto, defensas, cabeços duplos. Mas esse trecho ainda não poderia entrar em operação porque não acabamos de fazer as estacas raízes. O que faz com que a gente só vá terminar e pôr esse novo cais em operação na segunda quinzena de fevereiro são elas”, explicou o diretor da Codesp.
Segundo ele, das 62 estacas necessárias, 33 já foram cravadas. Em um mês e meio, a estatal pretende fincar pelo menos 15, quantidade que já permite a atracação de navios em segurança e, consequentemente, a operação do novo cais.
Segundo trecho
Antes mesmo da entrada em operação dos primeiros 512 metros de cais, o T-Grão, terminal instalado no segmento 4, onde serão construídos 267 metros de novo cais a partir de março, já iniciou a instalação de esteiras. Elas serão responsáveis por transportar as cargas até os navios que serão atracados no cais já pronto. Isto porque o trecho que fica em frente ao terminal passará por obras.
“Quando for iniciada a operação (do trecho de 512 metros), o cais, como é público, servirá para todos tipos de cargas que tiverem demanda. No entanto, neste primeiro momento, ele terá maior serventia para o T-Grão e a Citrovita porque onde eles operam haverá a cravação de estacas na rocha. A ideia é que, em março, possam ser iniciados os trabalhos no trecho 2, em mar e em terra”, destacou Vicente.
Para isso, como os equipamentos precisam ser instalados nas proximidades dos terminais, balsas guindaste farão a perfuração das camisas no mar e em terra e as perfuratrizes serão utilizadas para a cravação das estacas raízes.
De acordo com o diretor da Codesp, serão necessárias 100 estacas no mar e 300 estacas raízes em terra no segundo trecho. Além da maior quantidade, as últimas demandarão mais tempo para a instalação por conta do tipo de solo rochoso do local.
“As estacas raízes são cravas em rochas ou rochas em decomposição. Se olharmos fotos da região de Outeirinhos nas décadas de 10 e 20, veremos que, onde era a avenida perimetral era praia e esse trecho foi aterrado. Fazer esse serviço em terra fica mais complicado do que em mar”, explicou Vicente.
Nova Ordem de serviço
Com previsão de concluir um trecho de 779 metros até março do ano que vem, a Codesp estima iniciar a construção do cais na região próxima ao Terminal de Passageiros logo em seguida. No entanto, os serviços precisarão ser coordenados para que a temporada de cruzeiros não seja impactada.
Um dos gargalos da movimentação de passageiros no Porto de Santos é o deslocamento de turistas do terminal até os pontos de atracação dos navios. Esse transporte de pessoas e bagagens é feito por ônibus que transitam pela faixa de cais. Por este motivo, toda a logística deverá ser estudada.
“Agora em março, iniciaremos o trecho 2, com 267 metros e depois a segunda ordem de serviço, compatibilizado com a operação do terminal (de passageiros). Isso será feito porque não pode comprometer a movimentação de passageiros. Hoje, o trânsito pela faixa de cais é muito grande. Como serão necessárias estacas raízes em terra, elas têm que ser planejadas para não prejudicar a operação durante a temporada. Mas vale lembrar que o navio que virá para a Copa do Mundo (MSC Divina) poderá atracar no novo cais, que será entregue em março”, explicou Vicente.
Fonte: A Tribuna