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Cosan planeja disputar novos terminais no Porto de Santos

Com os planos do Governo Federal de arrendar áreas no Porto de Santos para a implantação de novos terminais, a Cosan Logística inicia o ano ampliando sua estratégia comercial e aguardando o momento das licitações. A empresa, criada pelo Grupo Cosan para identificar oportunidades de negócios no setor de infraestrutura, tem interesse em explorar instalações portuárias especializadas na movimentação de grãos, fertilizantes, celulose e líquidos no complexo santista.

“Com as novas oportunidades que estão aparecendo com os novos leilões portuários e ferroviário, nós resolvemos ampliar o leque de negócios da nossa empresa para outros produtos que não só açúcar. Temos bastante coisa para concorrer em Santos. Tirando o terminal de contêineres, a gente está estudando todos os demais”, destacou o presidente da Cosan Logística, Júlio Fontana.

Além dos terminais portuários, a empresa está atenta às novas oportunidades no setor ferroviário. Mas, no caso dos portos, a necessidade de revisão dos estudos feitos pela Empresa Brasileira de Projetos (EBP), que basearam os planos da Secretaria de Portos (SEP) para o arrendamento das instalações marítimas, fez com que os processos de licitação fossem adiados.

A revisão dos estudos foi pedida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no último dia 10 de dezembro. No total, o órgão determinou 19 ajustes nos editais licitatórios. Para fazê-los, a SEP deve levar pelo menos seis meses, um tempo que não gostaria de desperdiçar.

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Grupo Cosan tem interesse em participar da licitação do novo terminal de grãos que a SEP planejava implantar

 

Sobre a determinação do TCU, Fontana disse: “É chato porque toda hora você tem que ficar voltando para trás e começar tudo de novo. Eu não diria que a gente (Cosan Logística) teve problemas (com as minutas de editais da EBP). Mas tivemos dúvidas e discordamos de muitas coisas, diga-se de passagem”.

O presidente da Cosan Logística participou de reuniões para avaliar os planos de licitação e apontar melhorias aos textos, propostas que foram enviadas ao Governo. No total, considerando as várias manifestações do setor, os planos de arrendamentos nos portos de Santos e do estado do Pará motivaram 3 mil contribuições à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o órgão regulador do segmento.

“Nós fizemos contribuições em todos os níveis. Fizemos reuniões com a EBP, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e os ministérios envolvidos, passando as nossas contribuições para ver se a gente consegue fazer alguma coisa que tenha mais o pé no chão e que não dê em nada vazio. Da forma como está hoje, está muito difícil você ter alguns terminais. Com os números que foram apresentados (nos estudos da EBP), não se obtém resultados viáveis”.

Terminal de Grãos

Além de aguardar as modificações nos planos de licitação, a Cosan Logística está na expectativa para a definição do local que abrigará o novo terminal especializado na movimentação de grãos no Porto de Santos.

Quando anunciou seus planos para as novas concessões de áreas, o Governo pretendia implantar uma instalação para embarque de grãos na região do Corredor de Exportação, ao lado do bairro residencial da Ponta da Praia, em Santos, unificando armazéns que já trabalham com esse tipo de carga no local.

Devido à poluição que tal atividade emite e à proximidade com a área residencial, a Prefeitura foi contra tal medida e, no último dia 29 de novembro, sancionou uma lei alterando a Lei de Uso e Ocupação do Solo, de modo que tal operação ficasse proibida na região.

Inicialmente, o Planalto ia ignorar a posição da Cidade e manter seus planos para a unidade de grãos. Mas o TCU, ao apresentar suas exigências para liberar a publicação dos editais de licitação, determinou que os planos de concessão estivessem de acordo com a legislação municipal. Portanto, para atender o Tribunal de Contas, Brasília terá de encontrar uma outra área para a instalação ou abandonar o projeto, necessário para o escoamento da safra agrícola pelo complexo santista.

Atualmente, a Secretaria de Portos questiona as exigências do TCU e não indicou um novo local para o terminal de grãos.

“Para grãos, a gente está, agora, na expectativa sobre a questão da lei municipal, que está colocando isso em um imbróglio muito grande. Isso nos deixou bastante apreensivos. Mas também estamos olhando firmemente a questão de fertilizantes e celulose. Estamos estudando os cinco terminais que estão em leilão e vão movimentar esses produtos”, afirmou Júlio Fontana.

Fonte: A Tribuna