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“A cada liminar conseguida, faremos uma nova ocupação”, diz estivador

Uma liminar conseguida às pressas pela Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), no início da madrugada desta quinta-feira, fez com que os 250 trabalhadores avulsos do Porto de Santos desocupassem os navios atracados e as instalações da empresa, localizada na Margem Esquerda  do cais. A operação só foi retomada nesta manhã, às 7h52.

De forma pacífica, mas acompanhados por agentes da Polícia Federal, os avulsos deixaram a Embraport por volta da 1 hora – depois de terem sido informados sobre a liminar por um oficial de Justiça. Desde então, porém, eles permanecem acampados bloqueando o acesso ao terminal, congestionando o tráfego de veículos na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-248/55), que serve de acesso ao Guarujá.
Um acordo entre manifestantes e policiais determinou uma logística com relação aos caminhões que tem como destino às instalações da no terminal da empresa. A cada duas 2 horas, os portões serão abertos durante 60 minutos para a passagem dos veículos. Em frente aos Gates de acesso  à Embraport, há cinco viaturas da Polícia Militar com 20 homens para controlar os limites combinados com os estivadores. Às 8h51, os portãoes foram abertos para o tráfego de veículos.
“A cada liminar conseguida pela Embraport, nós faremos uma nova ocupação”,  garantiu, nesta manhã, o presidente do Sindicato dos Estivadores (Sindestiva) Rodnei Oliveira da Silva. Segundo ele, a ocupação do terminal, ocorrida entre a noite de quarta-feira e esta madrugada foi pacífica, assim como todas as manifestações realizadas pelos avulsos do Porto de Santos.
A expectativa do sindicalista é de que a empresa acate uma nova proposta apresentada. “Cedemos ás vontades deles. Agora, queremos que 50% dos trabalhadores da Embraport sejam avulsos escalados e a outra metade por contratação via Convenção das Leis dos Trabalhadores (CLT)”, afirma.
Segundo a assessoria de comunicação da Embraport, todos os trabalhos voltaram ao normal no início da manhã desta quinta-feira, inclusive nos  navios Mercosul Manaus e Log In Jatobá que permanecem atracados no cais da Área Continental. As operaçōes ocorrem sem a utilização da mão de obra avulsa, com trabalhadores contratados pela própria companhia.
A invasão começou por volta das 19 horas desta quarta-feira. Os trabalhadores entraram no terminal da Embraport, localizado na Ilha Barnabé, na Margem Esquerda do Porto de Santos, e em dois navios atracados no local. As instalações da empresa foram ocupadas após mais um impasse com relação à contratação de mão de obra por parte do terminal.
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Manifestantes e Polícia Militar entraram em acordo com relação ao acesso de caminhões no terminal

 

Segundo a assessoria de comunicação da Embraport, todas as operações voltaram ao normal no início da manhã desta quinta-feira, inclusive nos  navios Mercosul Manaus e Log In Jatobá e permanecem atracados no cais da Área Continental. No entanto, desde cedo A Tribuna On-line acompanha o caso no local e não registrou movimentação de contêiner.

Sem acordo

Na última terça-feira, em mais uma tentativa de entendimento entre as partes, o Sindicato dos Estivadores de Santos e Região e o Sindicato dos Trabalhadores Portuários (Sintraport), que representa a capatazia, mantiveram suas propostas à Emprabort. O Sintraport quer que a capatazia trabalhe como avulso em terno único por navio (uma única equipe para fazer todo o serviço). O Sindicato dos Estivadores propôs que a mão de obra avulsa fosse requisitada para os navios atracados na noite de ontem, nos moldes anteriormente praticados ou no modelo meio a meio: 50% da mão de obra avulsa na produção e 50% da mão de obra vinculada no conexo, a cada navio.

A Embraport, por sua vez,  já havia apresentado proposta para uma transição do trabalho avulso para o vínculo empregatício. Nestas condições, 50% da mão de obra seria avulsa e 50% vinculada às operações por 90 dias. Depois desse período, haveria imediata vinculação, com todos os contratos de trabalho sendo feitos exclusivamente pela CLT, como prevê a nova Lei dos Portos. Não houve acordo.

Insatisfeitos com impasse, portuários avulsos chegaram a bloquear a Rua Xavier da Silveira, no Centro de Santos, na tarde desta terça-feira.

Segundo a Embraport, a nova lei prevê contratações com as vantagens e a segurança da CLT, além de outros benefícios a critério das empresas, extensivos inclusive às famílias dos trabalhadores. Como o impasse segue sem solução, uma nova rodada de negociação ficou marcada para esta tarde, também na sede do Sopesp, no centro de Santos.

Outra invasão

Esta não é a primeira vez que os trabalhadores ocupam instalações da Embraport. No dia 11 de julho deste ano, o navio Maersk La Paz foi ocupado por cerca de 100 homens enquanto estava atracado no terminal.

O cargueiro foi impedido de operar e seguiu para Barra, onde ficou aguardando janela de atracação na Santos Brasil, onde a operação é feita por avulsos. Uma parte dos trabalhadores desocupou a embarcação no mesmo dia. Outra deixou o navio apenas no dia seguinte.

Decisão judicial

A 1ª Vara do Trabalho de Santos confirmou o direito da Embraport de operar com trabalhadores vinculados, com carteira assinada, conforme sentença proferida pela juíza Bruna Gabriela Martins Fonseca.

A ação foi movida pelo Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão contra a empresa, mas a sentença considerou improcedentes todos os pedidos do sindicato. Reforça ainda que, como terminal portuário privado, a Embraport não é obrigada a contratar mão de obra avulsa, segundo o artigo 44 da Nova Lei dos Portos, que permite aos terminais portuários privados o direito de contratar com vínculo de emprego.

O advogado do Sindicato dos Estivadores, Marcello Vaz dos Santos, disse que a categoria vai recorrer da decisão judicial. “Como esta é uma decisão em primeira instância, e ainda não está transitada em julgado, não tem efeito prático neste momento”, diz.

Fonte: A Tribuna