O processo licitatório para a elaboração da segunda etapa da Avenida Perimetral da Margem Esquerda (Guarujá) do Porto de Santos será aberto na próxima sexta-feira, anunciou o ministro dos Portos, José Leônidas Cristino. E no domingo, será entregue o primeiro viaduto da via, que integra sua fase inicial de implantação e eliminará o conflito rodo-ferroviário nos acessos aos terminais da cidade, considerado o principal entrave na logística portuária do município.
Essas medidas foram anunciadas por Cristino no final da manhã desta terça-feira, durante vistoria das obras do viaduto, que serão concluídas com cinco meses de atraso. O prazo inicial para a entrega do equipamento era janeiro deste ano.
De acordo com a Codesp, a empresa que irá elaborar o projeto-executivo da segunda fase da Perimetral será escolhida através de um regime diferenciado de contratação, na forma de licitação. Os primeiros envelopes abertos serão os de preço.
Nessa segunda fase, está prevista uma nova ligação da Avenida Santos Dumont, em Vicente de Carvalho (onde ficam os terminais), à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, o principal acesso viário à zona portuária. A pista passará por terrenos da Prefeitura do Guarujá e das empresas portuárias Dow Química, Fassina, Grieg e Cutrale, que terão de ser desapropriados.
O empreendimento está orçado em R$ 300 milhões. Com a segunda fase, a Perimetral da Margem Esquerda se tornará um corredor viário de 2,5 quilômetros de extensão.
Viaduto
O elevado a ser entregue nesse domingo fará com que os caminhões que chegam a Vicente de Carvalho, pela Rua Idalino Pinês (Rua do Adubo), não tenham de cruzar a linha ferroviária para ir ao Porto. O viaduto, que terá mão dupla, será acessado na Avenida Santos Dumont, passará sobre os trilhos e desembocará na rotatória que distribuí os veículos aos terminais de Guarujá.
A pista de entrada terá três faixas de rolagem. Já a de saída contará com duas, todas com recuos e defensas laterais.
Até domingo, serão concluídas as sinalizações verticais e horizontais – as pinturas de solo e a instalação de placas. Sonorizadores também farão parte da estrutura do equipamento, para alertar motoristas que trafegarão por ele.
Segundo o ministro dos Portos, a cada 24 horas de tráfego rodoviário chegando ou partindo dos terminais da Margem Esquerda, cinco horas eram perdidas por conta do trânsito ferroviário. Agora, com a entrega do viaduto, essa operação será otimizada em 20%. “Teremos trens e caminhões trafegando 24 horas por dia, assim como é o funcionamento do Porto. Esperamos ainda entregar o restante da primeira fase até junho”, afirmou.
Ainda na primeira fase, está previsto o alargamento da Avenida Santos Dumont. A intervenção terá início na altura da Rua Manuel Hipólito do Rego até as proximidades da Rua Valdomiro Macário.
Atraso
De acordo com o engenheiro Gilberto Ruggiero, da Constran S/A, empresa responsável pela construção do viaduto, não houve atraso na obra. Segundo ele, alguns problemas impediram o início dos trabalhos assim que a ordem de serviço foi expedida pela SEP, mas a obra seguiu em ritmo acelerado.
Um dos entraves para a conclusão do viaduto foi a necessidade de elevação de um poste de distribuição de energia elétrica. “Ficamos de junho de 2011 até agosto de 2012 para conseguir fazer o alteamento do poste em 10 metros”, disse.
Outro fator que dificultou a entrega da obra no tempo estipulado foi o clima. Segundo Ruggiero, entre os meses de janeiro e março últimos, os trabalhos tiveram de ser interrompidos durante 60 dias por conta das chuvas, que não favorecem serviços de terraplanagem e pavimenação.
Fonte: A Tribuna