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Alagamentos fazem terminais da Alemoa pedirem socorro

Funcionários e usuários dos terminais localizados na Alemoa, no Porto de Santos, já estão acostumados com congestionamentos. Mas quando chove, entrar ou sair das instalações se tornam uma verdadeira aventura. Buracos e bueiros sem tampa viram armadilhas para quem trafegava de carro ou moto pela região. Para os caminhoneiros, os problemas são ainda maiores. Um trajeto de cerca de 1,5 quilômetro demora quase duas horas para ser concluído, causando prejuízos à atividade portuária.

Não é de hoje que os problemas viários da Alemoa atrapalham as operações do maior porto da América do Sul. No bairro, está o único acesso ao cais para os motoristas que chegam a Santos pela Rodovia Anchieta. Os grandes congestionamentos já chegaram a bloquear investimentos privados que ultrapassam os R$ 800 milhões.

“A situação é caótica, preocupante e assustadora (quando chove). A impressão é de que a água vai invadir os terminais”, afirmou um executivo que atua na região e pediu para não ser identificado.

Segundo o profissional, vias que não costumavam encher de água passaram a sofrer com o problema. Foi o que aconteceu na Avenida Augusto Barata, também conhecida como Retão da Alemoa, que liga o bairro ao Cais do Saboó. Quando chove, a via, que é o principal acesso aos terminais portuários, fica coberta pela água.

Para resolver a situação, o secretário municipal de Assuntos Marítimos e Portuários, José Eduardo Lopes, pretende viabilizar os serviços de drenagem na região. A ideia é fazer com que o problema das enchentes tenha uma solução definitiva, já que várias tentativas de impedir o acúmulo de água já foram feitas.

Ruas inundadas prejudicam os acessos de caminhões e carros aos terminais retroportuários do bairro
Ruas inundadas prejudicam os acessos de caminhões e carros aos terminais retroportuários do bairro

“Há anos, foi feita a drenagem da Alemoa. O problema é que é necessária a transposição das linhas (tubulações) da Petrobras e isso precisa ser negociado. Enquanto isso, algumas medidas foram tomadas, mas são obras que não vão durar enquanto essa drenagem não for realizada de forma correta”, destacou o secretário.

Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABTL), Carlos Alberto de Castro, a drenagem das vias é apenas uma de uma série de obras necessárias na Alemoa. No entanto, resolver essa questão já é um grande passo para melhorar o acesso à região.

“Realizar a drenagem com as especificações necessárias nos dará condições de levar adiante várias outras intervenções que são precisas, como um segundo viaduto para facilitar o acesso”, afirmou.

Terminais

No mês passado, a Administração Municipal retirou dois caminhões de entulho das vias do bairro. Um outro veículo foi utilizado para ajudar na limpeza de galerias, fazendo a sucção a vácuo dos sedimentos na Avenida Alberto Schweitzer.

O secretário de Assuntos Marítimos e Portuários de Santos destacou que parte do entulho retirado era proveniente dos próprios terminais.

Um executivo consultado pela reportagem concorda que algumas instalações ajudam a agravar o problema das enchentes, principalmente as que não têm pavimentação. “Na chuva, vira lama. Na estiagem, vira poeira e causa problemas de saúde nas pessoas que passam por aqui”, destacou o empresário. Para ele, além dos serviços de drenagem, é necessário melhorar a infraestrutura da região portuária.

Essas obras também foram defendidas por Mike Sealy, diretor-executivo do terminal da Stolthaven, uma das principais instalações de granéis líquidos do bairro. “Reconhecemos essa preocupação e o cuidado com as linhas da Petrobras e temos visto compromisso das autoridades, mas isso dificulta e muito as operações na Alemoa”, afirmou Sealy.

Segundo o presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA), João Maria Menano, os problemas de vazamentos são frequentes na região. Mas com as chuvas dos últimos meses, a situação ficou ainda pior. “Vimos que a Prefeitura andou fazendo algumas obras de pavimentação, mas a situação ainda está muito complicada”, afirmou.

O secretário de Assuntos Marítimos e Portuários de Santos, José Eduardo Lopes, concorda com a queixa dos empresários, mas garante que a meta é atingir o foco do problema. “Queremos um trabalho de base para que a gente pare de enxugar o chão. Temos, sim, de fechar a torneira da água. E, neste contexto, existem muitos envolvidos”, destacou.

Fonte: A Tribuna