Atualizado às 10h28
Depois de 25 horas de manifestação, foi liberada às 9h40 desta terça-feira, a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-248/55), na altura do Km 250 (praça de pedágio da Área Continental de Santos). A Tropa de Choque de São Paulo, com 120 militares, conseguiu dispersar os caminhoneiros que não concordam com a cobrança individual de caixa eixo dos veículos comerciais.
“Eles chegaram atirando bombas de gás lacrimogêneo. Não respeitaram ninguém”, disse o presidente do sindicato dos Caminhoneiros do Litoral de São Paulo, José Nilton Oliveira. Segundo o sindicalista, não houve negociação. Apesar de os motoristas apresentarem resistência, a ação da polícia não deixou feridos. A desobstrução da rodovia foi rápida e durou pouco mais de 30 minutos.
FOTOS: Veja os principais registros da manifestação dos caminhoneiros
Depois do enfrentamento na Domênico Rangoni, José Nilton também pediu para que fosse liberada a entrada do Porto de Santos pela Avenida Engenheiro Augusto Barata (Retão da Alemoa). “A cobrança (dos eixos) foi suspensa temporariamente, então o protesto para hoje”, afirmou. Se o Governo do Estado determinar a nova obrigatoriedade do pagamento dos eixos desses veículos, poderá haver outros bloqueios.
O tenente da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) Moacir Mathias confirmou a ação da Tropa de Choque na SP-248. “Dispersamos um grupo pequeno, que estava em um dos portões do pedágio, apresentando resistência”, disse. Ninguém ficou ferido e, em seguida, a estrada foi liberada. Mesmo assim, o policial disse que o batalhão especial permanecerá na região para qualquer eventualidade.
“Não fomos orientados a seguir para a Alemoa”, afirmou o tenente Mathias. Apesar de as manifestações ocorrem simultaneamente nas duas margens do complexo portuário santista, os caminhoneiros liberaram a entrada da Margem Direita (Santos), para o tráfego de veículos comerciais. O bloqueio refletia na Via Anchieta, que registrou congestionamento durante toda a ação.
Multa
Caminhoneiros que bloquearam as rodovias de São Paulo serão multados. A informação foi divulgada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante entrevista a uma emissora de televisão, na noite desta segunda-feira. A polícia também foi acionada para indiciar criminalmente os motoristas. Já a Secretaria de Segurança Pública do Estado ficará responsável por providenciar, imediatamente, guinchos para retirar os caminhões das pistas.
Cobrança é adiada
No início da noite, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informou que a cobrança de pedágio integral para caminhões que estiverem com eixos suspensos foi adiada. A medida, que entrou em vigor nesta manhã e já é adotada nas rodovias federais, serviria para compensar a suspensão do aumento das tarifas dos veículos de passeio, que seria de 6,5%.
Mais cedo, em entrevista coletiva, Alckmin disse que a suspensão do reajuste dos pedágios nas rodovias estaduais beneficiou a todos, inclusive caminhoneiros que trafegam com eixo suspenso. Ao anunciar que os pedágios não seriam reajustados, Alckmin autorizou, entre outras medidas, que a cobrança da taxa passe a considerar também o conjunto de rodas que os caminhoneiros levantam para não tocar o chão, normalmente quando o veículo está vazio.
“Essa manifestação envolve pedágio, valor do diesel, acesso às cidades, um conjunto de fatores”, disse o governador durante evento do Metrô na região do Campo Belo, Zona Sul da capital. “No nosso caso, nós suprimimos um reajuste que ia ser de 6,5%. A maioria dos caminhões não tem um eixo suspenso, deixou de ter reajuste de 6,5%. Quem tem o eixo suspenso deixou de ter um reajuste de 3,5%. Todos foram beneficiados.”
Fonte : De A Tribuna On-line