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Brasil está pronto para ser mais flexível ao negociar com UE, diz secretária do MDIC

Os países membros do Mercosul continuarão sendo parceiros do Brasil, mas o compromisso com o bloco não impede o país de ser flexível em negociações com outras nações, como os membros da União Europeia (UE). A análise é da secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, que participou, nesta terça-feira (18/06), da reunião mensal do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A secretária também defendeu uma maior dedicação do Brasil no diálogo com a Argentina para resolver entraves comerciais. “Apesar da queda nas exportações no ano passado, a Argentina continua sendo o principal destino de produtos manufaturados do Brasil, de maneira que o investimento no diálogo e na negociação é algo que deve ser levado em conta”, afirmou.

Tatiana destacou ainda que é possível adotar listas individuais de produtos, embora não seja a melhor conduta a ser adotada no Mercosul. “O ideal seria que a posição do Mercosul naturalmente fosse única e que não houvesse listas individuais”, explicou a secretária. Ela ponderou, no entanto, que “se for necessária a adoção de uma abordagem flexível para nos permitir avançar, estaremos prontos para adotar uma nova maneira de negociar com os europeus”. Segundo ela, a UE responde por 20% do comércio exterior do Brasil.

A declaração da secretária do MDIC foi bem recebida pelo embaixador Rubens Barbosa, presidente do Coscex da Fiesp, que sinalizou estar menos cético quanto aos avanços do Brasil nas negociações com a UE a partir dessa sinalização do governo.

“Há cerca de um ano recebemos, na Fiesp, um negociador europeu. E discutimos a possibilidade de avanço nessa negociação”, lembrou Barbosa. Ele também alertou que, se não houver acordo com a UE, o Brasil pode ficar à margem do comércio exterior, principalmente se houver acordo comercial entre Estados Unidos e o bloco europeu.

“Se o Brasil não estiver com o pé no estribo com relação à Europa, vamos ficar totalmente marginalizados e teremos um efeito negativo na área de exportação de produtos agrícolas, onde os EUA vão ter vantagens e preferências”, afirmou o embaixador.

Estiveram presentes na reunião ainda o vice-presidente da Fiesp Juan Quirós e o o vice-presidente do Conselho Superior do Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp, Celso Monteiro de Carvalho.

Fonte: Agência Indusnet Fiesp