PORTOS & CIA.
Presidente Xi/Brasil – 1
Nesse seu primeiro mandato (cinco anos), o presidente Xi Jinping consolidou a China não só como a nação maior parceira comercial, mas também como principal investidora no Brasil. As importações devem fechar o ano em torno de US$ 48 bilhões (até nov. US$ 44 bilhões, crescimento de 35%) e as aplicações financeiras acima de US$ 15 bilhões. O investimento total já supera US$ 100 bilhões e, recentemente, três fundos foram criados: o estatal, de US$ 20 bilhões, e os privados, do grupo Huayang, no valor de US$ 3 bilhões, e outro representado pelo empresário Marco Polo M. Leite. Inclusive, no eixo Rio-São Paulo, foram estabelecidas agências do China Development Bank, da State Grid Brazil e também da gigante multinacional Cosco, que está exportando grãos e açúcar não só para China, mas também para os EUA e Europa.
Presidente Xi/Brasil – 2
A propósito desse bom presidente chinês, vale lembrar o elogioso discurso ao Brasil, proferido em julho de 2014, no Congresso, em Brasília, quando, citando o meu nome, se referiu aos mais de 500 artigos e oito livros que publiquei sobre a China, simpaticamente assinalou: “Esse exemplo emocionante é apenas uma bela ondinha do longo rio da amizade entre os nossos povos”. A propósito, pelo menos num ponto o temperamental Trump acertou, quando, deixando Xi isolado como o mais poderoso líder mundial – assim identificado em capa da revista inglesa The Economist -, mês passado, na visita a Pequim, classificou o presidente chinês como um “homem muito especial”.
Política
Em 2015, com o racha do governo e a saída do PT, o controle dos portos-nomeações para a administração/Docas ficou exclusivamente por conta do PMDB, liderado pelo então vice-presidente Michel Temer. Na ocasião, o jornal Valor publicou reportagem sobre a reunião realizada em São Paulo (reproduzida na Internet em 05/08/2015) com os titulares das novas capitanias: portos de São Paulo (Temer); Rio de Janeiro (deps. Cunha e Picciani); Espírito Santo (sen. Rose); Ceará (sen. Eunício); e Pará (sen. Barbalho). Para colocar os portos fora das nefastas barganhas políticas de Brasília, como ficou a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e BNDES, talvez fosse melhor delegar as respectivas administrações aos Estados, como já ocorre com o Paraná e R.G. do Sul, cujos portos, de Paranaguá e Rio Grande, são os melhores do País.
Navio Elétrico
Cumprindo o programa de redução de emissões da Conferência do Clima, de Paris, a China começou a utilização de eletricidade também no transporte marítimo. No porto de Cantão, foi lançado o primeiro navio elétrico, de 2 mil toneladas, pelo estaleiro Guangzhou Shipyard International, sem qualquer emissão, movido por bateria de lítio e supercondensador. Inicialmente, será utilizado como cargueiro no transporte de minério no delta e rio das Pérolas. A China já fabrica e até exporta carros, ônibus e aviões elétricos. Ano passado, a Liaoning General Aviation passou a produzir em série o pequeno avião Rx 1-A, com motor elétrico, de dois lugares, para exportação aos EUA e Europa. Em 2018, começará a funcionar, em Pequim, uma frota com 200 táxis elétricos.
Seminário/Cassinos
Em três dias do início do mês, na cidade turística de Mar del Plata, no Uruguai, realizou-se a 11ª Cúpula de Empresários China-América Latina, com a presença recorde de 2.700 visitantes de 50 países. Sob o patrocínio do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Conselho de Comércio-Indústria da China, que, para tratar de negócios, enviou 500 participantes. Na ocasião, o empresário Gu Tao do importante grupo de serviços Didi, declarou que a América Latina já era o 2º maior mercado mundial, com 600 milhões de consumidores. Interessante assinalar que a grande atração extra, para distração dos participantes estrangeiros à noite (a maioria possivelmente brasileira) foram os cassinos, inclusive nos próprios hotéis.
Fonte: Aduaneiras