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Dilma pretende cortar tarifas e mudar regras dos práticos

O Governo deve cortar tarifas portuárias e reduzir exigências para que os práticos (profissionais que manobram os navios) atuem nos portos do País. Essas medidas estão no centro do pacote que a presidente Dilma Rousseff pretende anunciar na próxima terça-feira. Ao mesmo tempo em que ataca custos, o pacote lista um conjunto de investimentos emergenciais nos complexos portuários e em seus acessos por rodovias e ferrovias.

O objetivo da presidente Dilma é direto, e repetido por quase todos os técnicos do Governo envolvidos com as medidas: igualar a operação dos portos brasileiros à dos principais do mundo, como Roterdã (Holanda). Isso deve acontecer em todos os sentidos circulação de carga, custos tributários, custos com mão de obra, infraestrutura básica e modelo gerencial.

Baratear o transporte marítimo envolve discussões difíceis. Eliminar algumas taxas, como as cobradas pela utilização de faróis e canais, não é muito complicado. Já cortar aquelas cobradas pela Polícia Federal e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é algo mais delicado, pois indicaria pouca atenção à fiscalização. Esses temas estão em análise.

Técnicos estimam que a mão de obra representa 50% do custo portuário, por isso as despesas vinculadas aos práticos estão na mira. Todo navio que chega a um porto brasileiro é obrigado a contratar um prático e o profissional cobra até US$ 8 mil por manobra, no Porto de Santos, por exemplo.

A avaliação dos técnicos é que o custo elevado não leva em consideração a evolução tecnológica dos equipamentos de navegação. Se antes era exigido que um prático conhecesse cada pedra no fundo do porto, hoje essas informações podem ser obtidas por satélites e outros equipamentos.

Dilma negociou com a Marinha a redução dos requisitos para que um prático atue nos portos. Atualmente, para que uma pessoa ganhe o status de prático, é preciso ter operado cerca de 70 vezes por ano em um porto. Em Roterdã, são necessárias apenas 20 operações.

Cabotagem

O pacote terá um programa de incentivo à navegação de cabotagem, batizado provisoriamente de Pró-Cabotagem, que envolverá investimentos nos portos de rio e sua interligação com os portos marítimos.

A gestão dos portos também será tratada no pacote. A ordem é uniformizar o funcionamento e evitar o que acontece hoje: cada unidade tem um modelo singular de operar. Ao todo, o País conta com 18 portos ligados a sete companhias docas, 13 portos administrados por estados, três de responsabilidade de municípios, um porto público privado (em Imbituba/SC), além dos terminais privativos, que pertencem a companhias como Transpetro (da Petrobras) e Vale. Para melhorar e padronizar a gestão, a tendência é que seja criada uma autoridade portuária federal nos moldes da extinta Portobrás.

 

Fonte: A tribuna