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Dólar fecha em alta após bater R$ 3,92, com preocupações com Turquia

A moeda norte-americana subiu 0,82%, a R$ 3,8962.

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (13), após chegar a superar R$ 3,92. As preocupações com a situação monetária da Turquia deixam os investidores com maior aversão ao risco nos mercados globais, em especial nos de países emergentes, destaca a Reuters.

Desvalorização da moeda turca e tensão entre o país e EUA derrubam mercados financeiros

A moeda norte-americana subiu 0,82%, a R$ 3,8962. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,9292. Já o dólar turismo era vendido a R$ 4,06, sem o acréscimo do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).

O real foi a 16ª moeda que mais perdeu valor na comparação com o dólar nesta segunda-feira (13), segundo ranking feito pela Austin Rating a pedido do G1. A lira turca teve a 2ª maior desvalorização do dia, com perda de 7,7%, enquanto o bolivar venezuelano liderou as quedas do dia, caindo 16,7%. Em terceiro na lista, o peso argentino recuou 4,9%.

Bolsas repercutem

A turbulência na Turquia também atinge o mercado de ações. Na Europa, os principais atingidos foram os bancos, com as Ações do francês BNP Paribas, do italiano UniCredit e do espanhol BBVA caíram 3%, 4,7% e 5,1%, respectivamente. O índice FTSEurofirst 300, índice que reúne as principais ações do continente, caiu 0,31%, a 1.506 pontos.

Na Ásia, o avanço das ações de tenologia limitou as perdas, mas ainda assim os principais índices da região tiveram dia de perdas. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,43%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,32%. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 1,98%, a 21.857 pontos.

Em Wall Street, O índice Dow Jones caiu 0,5%, a 25.188 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,400596%, a 2.822 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,25%, a 7.820 pontos. O índice de volatilidade CBOE, um indicador da ansiedade dos investidores, subiu pela terceira sessão consecutiva para o nível mais alto em mais de um mês, destaca a Reuters.

Já o principal índice de ações da bolsa brasileira (B3) se recuperou e fechou em alta nesta segunda, após abrir o dia em baixa. O índice se apoiou no avanço de ações de exportadoras diante de nova alta do dólar sobre o real.

Crise na Turquia

O Banco Central da Turquia anunciou nesta segunda que vai injetar US$ 6 bilhões e o equivalente a US$ 3 bilhões em ouro no sistema financeiro do país para garantir a liquidez dos bancos e tentar conter a queda da lira turca frente ao dólar.

Os problemas na Turquia são antigos, mas o movimento de aversão ao risco ganhou força na sexta-feira com a notícia de que o Banco Central Europeu (BCE) estaria preocupado com a exposição dos bancos ao país. A Turquia tem o maior déficit em conta corrente do G-20, uma economia em superaquecimento e forte desvalorização do câmbio, o que tem levado a inflação a mais de 15% na base anual, segundo o Valor Online.

A lira turca, que já perdeu mais de 40% de seu valor em 2018 na comparação com o dólar e o euro, desabou na sexta, provocando uma onda de pânico nos mercados.

Analistas defendem que o Banco Central turco aumente as taxas de juros para defender a lira e controlar a inflação (que em julho alcançou a 16% em ritmo anual), mas o presidente do país rejeita a medida.

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai dobrar as taxas sobre a importação de aço e alumínio turcos, usando a taxa de câmbio entre os dois países como justificativa.

O temor de que a crise turca se espalhe pelos países emergentes também fazia com que o dólar subisse frente ao rand sul-africano e ao peso mexicano.

“A preocupação se refere à exposição de bancos da zona do euro aos títulos turcos. Isso mesmo com o banco central turco estabelecendo medidas emergenciais”, afirmou, em relatório, o economista-chefe do Home Broker ModalMais, Alvaro Bandeira.

“A calmaria que vivia a moeda americana parece ter chegado ao fim e isso já era esperado, tanto por fatores externos quanto internos. Neste momento o real e diversas moedas ao redor do mundo sofrem a desvalorização em função da briga entre o governo Trump e a Turquia”, comenta Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital.

Internamente, com a agenda esvaziada, os investidores mantinham o foco na cena eleitoral doméstica, nesta semana em que os candidatos à Presidência têm de registrar suas candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ação do BC

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 2,16 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vencem em setembro.

Fonte: G1 Economia