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Dólar inverte sinal e opera em alta, com indicação de possível corte de juros e prévia da inflação acima do esperado

No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,24%, vendida a R$ 4,7661.

O dólar inverteu o sinal e passou a subir nesta terça-feira (27), após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). A instituição – que manteve a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% ao ano na semana passada – disse que a continuidade da queda da inflação pode levar a um corte nos juros já em agosto.

Também nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial do país. Entre a segunda quinzena de maio e a primeira metade de junho, o indicador desacelerou a 0,04%, de uma alta de 0,51% no mês imediatamente anterior.

Apesar da desaceleração, o IPCA-15 veio levemente acima das expectativas do mercado, que previa uma alta marginal de 0,01% para o indicador em junho, segundo o BTG Pactual.

Às 11h07, a moeda norte-americana subia 0,50%, cotada a R$ 4,7898. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar teve leve baixa de 0,24%, aos R$ 4,7661. Com o resultado, a moeda passou a acumular quedas de:

  • 6,05% no mês;
  • 9,70% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Depois de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano na última semana e emitir um comunicado com um tom mais duro, o BC informou nesta terça, por meio de sua ata, que já avalia a possibilidade de iniciar um corte nos juros em agosto.

“A avaliação predominante [entre os integrantes do Copom] foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso [bem gradual ]de inflexão [corte dos juros] na próxima reunião [marcada para o início de agosto]”, diz o documento.

De acordo com o Copom, no entanto, uma minoria dos integrantes do colegiado ainda estão mais cautelosos, avaliando que a dinâmica de queda da inflação “ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto [capacidade de a economia crescer sem gerar inflação] gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário [alta dos juros] até então implementado”.

Além da ata, também pesa sobre os negócios deste pregão a divulgação do IPCA-15 de junho, que veio acima das projeções, apesar de registrar uma forte desaceleração frente à maio. No acumulado em 12 meses. o indicador tem alta de 3,40%.

Seis dos nove grupos que compõem o IPCA-15 tiveram alta no mês, com destaque para Habitação, que avançou 0,96%, puxado pelo aumento nos preços de taxas de água e esgoto e nas tarifas de energia elétrica.

Em contrapartida, o grupo de Transportes foi o que apresentou a maior queda, de 0,55%, influenciado pela redução de 3,40% nos preços da gasolina naquele período.

No exterior, as atenções seguem voltadas aos dados econômicos mais fracos em diversos países, que indicam que o mundo pode estar perto de uma recessão global.

Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a zona do euro vive um novo período de inflação persistente. Segundo ela, o que inicialmente foi uma inflação transitória, impulsionada pelos altos preços de combustíveis e energia, agora já se infiltrou em toda a economia e pode demorar para ir embora.

“É improvável que em um futuro próximo o banco central possa afirmar com total confiança que o pico das taxas foi atingido”, afirmou Lagarde no Fórum do BCE sobre Bancos Centrais em Sintra, Portugal.

Com isso, as expectativas são de que o BCE continue com seu ciclo de aperto monetário, subindo os juros, o que pode desacelerar ainda mais a atividade econômica.

Nos Estados Unidos, alguns indicadores importantes serão divulgados até o fim da semana e o mercado também acompanha os possíveis sinais de uma recessão.

Fonte: G1 Economia