Na véspera, moeda norte-americana subiu 0,17%, cotada a R$ 5,0011, enquanto o Ibovespa encerrou o pregão com queda de 0,82%, aos 112.830 pontos.
O dólar opera com volatilidade nesta quinta-feira (26), oscilando entre altas e baixas, com investidores repercutindo o resultado prévio do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que avançou 4,9% no terceiro trimestre na comparação anual, acima das expectativas do mercado.
Embora o número mostre um forte crescimento da economia, ele atinge negativamente os investidores, que temem que, com a atividade econômica acelerada, a inflação no país continue pressionada – o que poderia levar a novas altas nas taxas de juros, que já estão no maior patamar em duas décadas, entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Também mexe com os negócios hoje a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial do Brasil. Entre a metade de setembro de setembro e o meio de outubro, o indicador avançou 0,21%, uma desaceleração em relação ao mês anterior.
Repercutindo os dados brasileiros, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores do país, a B3, opera em alta, puxado por empresas de consumo doméstico.
Veja abaixo o dia nos mercados.
Dólar
Às 11h30, o dólar subia 0,14%, cotado a R$ 5,0081. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,17%, negociada a R$ 5,0011. Com o resultado, passou a acumular perdas de:
Ibovespa
Às 11h30, o Ibovespa subia 0,80%, aos 113.729 pontos.
No mesmo horário, as ações da Vale, empresa com maior peso na composição do Ibovespa, avançavam 0,45%, impulsionando o resultado do índice.
Também contribuem para o bom desempenho as ações de empresas de consumo doméstico, com as redes de mercados Assaí, Carrefour e Grupo Pão de Açúcar, que lideram as altas neste pregão, refletindo a desaceleração do IPCA-15 em outubro.
Na véspera, o índice fechou com queda de 0,82%, aos 112.830 pontos. Com o resultado, passou a acumular:
O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque do dia é o PIB dos Estados Unidos, que subiu mais que o esperado no terceiro trimestre. O resultado, de alta anual de 4,9%, veio bem acima do avanço de 2,1% observado no segundo trimestre.
William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, destaca que o dado forte só reforça a ideia de que as taxas de juros americanas devem continuar altar por um longo tempo.
Juros altos afetam diretamente o consumo, já que encarecem os processos de financiamento e tomada de crédito. Especialistas explicam que o tempo para que qualquer elevação nas taxas seja sentida pela população é de, pelo menos, seis meses.
Por isso, o receio do mercado é que, apesar do dado forte referente ao último trimestre, a economia americana passe a crescer muito menos em breve ou, até mesmo, viva um período de recessão – o que afetaria países de todos os continentes, inclusive o Brasil, já que essa é a maior economia do mundo.
O especialista pontua, ainda, que “a medida dessa desaceleração vai ser fator chave para a discussão da evolução esperada para as taxas de juros”.
No cenário doméstico, o resultado do IPCA-15 veio um pouco acima das projeções do mercado, que esperava avanço de 0,17% do índice. Ainda assim, a alta de 0,21% representa uma desaceleração em relação ao último mês, o que anima os investidores.
Atualmente, a Selic, taxa básica de juros, está em 12,75% ao ano após dois cortes consecutivos pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Novas quedas são esperadas na próxima reunião.
Fonte: G1 Economia