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Dólar opera em alta nesta segunda-feira, depois de sequência de quedas

Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,23%, cotada a R$ 4,9151, renovando o menor patamar em 10 meses.

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (17), dia relativamente vazio nos mercados internacionais e de visita do chanceler russo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Às 11h14, a moeda norte-americana subia 0,62%, cotada a R$ 4,9455. Veja mais cotações.

Na sexta-feira, o dólar teve seu quarto dia consecutivo de queda (0,23%), cotado a R$ 4,9151 e renovando o menor patamar em 10 meses. Com o resultado, a moeda fechou a semana com uma perda acumulada de 2,82%.

  • No mês, o dólar tem queda de 3,04%;
  • No ano, o recuo é de 6,88%.

O que está mexendo com os mercados?

O dólar tem movimento em linha com a valorização do índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares globais, com o foco de investidores recaindo firmemente sobre a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, no início de maio.

Cresceram para cerca de 85% as chances implícitas em contratos futuros de juros de que o banco central dos EUA eleve os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual no encontro. Por outro lado, a maior parte dos mercados acredita que esse será o último ajuste no atual ciclo de aperto do Fed, o que tem pressionado o dólar globalmente nas últimas semanas.

Destaque da agenda nacional é o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o chanceler russo, Sergei Lavrov. De acordo com o governo brasileiro, a guerra entre Rússia e Ucrânia deve ser um dos temas da visita do ministro russo.

A vinda de Lavrov a Brasília ocorre em meio a um momento em que a postura de Lula na política internacional tem despertado contrariedade nos Estados Unidos. O petista criticou a postura dos americanos, de fornecerem armas para a Ucrânia, e disse que o país precisa parar de incentivar a guerra. Lula também responsabilizou a Ucrânia pelo conflito.

Os Estados Unidos, ao contrário, veem a Rússia como responsável pela guerra e, desde o início, comandaram a imposição de sanções econômicas ao país presidido por Vladimir Putin.

Outro destaque é o boletim Focus desta segunda-feira, em que os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano, de 5,98% para 6,01%. Foi a terceira alta seguida no indicador. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro subiu de 4,14% para 4,18% na semana passada.

Para o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro recuou de 0,91% para 0,90% na última semana. Já para 2024, a previsão de crescimento caiu de 1,44% para 1,40%.

Além do Focus, o BC divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB). Em janeiro, houve pequena queda de 0,04% na comparação com dezembro do ano passado.

Na comparação com janeiro do ano passado, informou o Banco Central, o indicador do nível de atividade registrou crescimento de 3,03%. Em 12 meses até janeiro, o IBC-Br apresentou crescimento de 3%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.

Entre os indicadores, os preços ao produtor ampliaram as perdas em abril e levaram o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) a registrar taxa negativa tanto na comparação mensal quanto no acumulado em 12 meses, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Os dados mostraram que o índice geral caiu 0,58% neste mês, depois de subir 0,05% em março. A deflação mensal foi a primeira desde novembro passado (-0,59%). Em 12 meses, a queda é de 1,90%, a primeira taxa negativa desde março de 2018 (-0,02%). Até março deste ano, o índice mostrava alta de 1,12% e, nos 12 meses até abril de 2022, saltava 15,65%.

Na China, o destaque fica com os dados de preços de moradias na China em março, que subiram em março no ritmo mais rápido em 21 meses, e sinais de recuperação dos lucros corporativos alimentando o otimismo antes da divulgação de dados econômicos do primeiro trimestre.

Por lá, mais de 300 empresas listadas na China publicaram ou projetaram resultados para o primeiro trimestre, sendo que 70% delas relataram aumentos de lucro na comparaç1ão anual, informou o Securities News oficial.

Já na Europa, as bolsas subiram nesta segunda-feira, com os investidores mais tranquilos depois da divulgação de bons resultados de bancos americanos.

Na semana passada, o Citigroup Inc., JPMorgan Chase & Co e Wells Fargo & Co superaram as expectativas e diminuíram os receios de stress no sistema bancário. Nesta semana, investidores vão observar de perto os números de Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bank of America.

Porém, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou, neste domingo (16), que a crise bancária recente não deveria resultar em uma redução das taxas de juros pela instituição.

A diretora do BCE considera fundamental observar em que medida os bancos endurecem ou não as condições creditícias. “Qual impacto terão? Como os bancos vão reagir? Como vão avaliar o risco” e de que forma vão continuar emprestando dinheiro a empresas e famílias, acrescentou a diretora do BCE.

“Se não emprestarem demais e gerenciarem seu risco, poderia diminuir nosso trabalho para reduzir a inflação (…) Mas se ajustarem demais o crédito, o crescimento vai pesar demais”, explicou. Lagarde esteve em Washington para as reuniões da primavera (no hemisfério norte) do FMI e do Banco Mundial, que terminam neste domingo.

Já nos EUA, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que é provável que os bancos do país se tornem mais cautelosos e passem a restringir ainda mais o crédito após as recentes quebras de bancos, possivelmente afastando a necessidade de mais aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve.

Ela disse que isso levaria a uma restrição no crédito na economia que “poderia ser um substituto para mais aumentos de taxas de juros que o Fed precisa fazer”. No entanto, Yellen disse que ainda não está vendo nada “suficientemente dramático ou significativo” nessa área para alterar sua perspectiva econômica.

“Então, acho que a perspectiva continua sendo de um crescimento moderado e um mercado de trabalho forte contínuo, com a inflação caindo”, disse ela.

Fonte: G1 Economia