A maré está a favor das lanchas e iates produzidos no Brasil. Pela primeira vez, em 2022 as exportações de embarcações superaram as importações, e cada vez mais modelos nacionais navegam em águas de diversos países, incluindo os principais mercados, como as nações europeias e os Estados Unidos.
De acordo com dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), no ano passado, as exportações do setor bateram recorde histórico e somaram US$ 30,1 milhões, volume quase quatro vezes superior às importações (US$ 7,6 milhões). Como comparação, em 2021, o País já havia exportado quase a mesma cifra (US$ 29,9 milhões), mas na época as importações chegaram a US$ 75,7 milhões.
Para o presidente da Acobar, Eduardo Colunna, o setor está “começando a colher os frutos” de uma iniciativa que nasceu há quase uma década, e que ganhou força nos últimos quatro anos. “(O setor) Sempre ficou de fora (das exportações) por erro dos próprios estaleiros, que não investiram na operação.” Agora, porém, ele acredita que o segmento está “sólido” e que a tendência é “crescer e se perpetuar”. Segundo ele, a expectativa é de crescimento anual em torno de 20% só com exportações.
O atual momento do segmento náutico (de embarcações voltadas à recreação) contrasta com o setor naval (de construção de navios de grande porte e plataformas marítimas para exploração de petróleo), dependente de contratos com o governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende incentivar a construção de navios. No discurso de 100 dias de seu governo, completados em 10 de abril, ele disse que pretende ampliar a frota de navios da Transpetro, braço logístico da Petrobras.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR