 
         No dia anterior, o principal índice do mercado de ações brasileiro subiu 0,70%, a 108.836 pontos.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu em alta nesta terça-feira, mas inverteu o sinal após a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos. Em janeiro, o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% na maior economia do mundo, acima das expectativas.
No cenário local, investidores reagem positivamente às falas do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Robertos Campos Neto, contra o aumento da meta da inflação, o que segura a bolsa de uma queda acentuada.
Às 11h20, o índice caía 0,11%, aos 108.707 pontos. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o Ibovespa havia avançado 0,70%, a 108.836 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular uma perda de 4,12% no mês, de 0,89% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, investidores refletem a divulgação da inflação dos Estados Unidos e aguardam o discurso de John Willians, presidente do Fed de Nova York, previsto para 16h. A inflação anual subiu 6,4%, contra expectativas de 6,2%, o que eleva o receio de que os juros tardem a cair no país.
Na última semana, as bolsas de valores americanas viveram a pior semana do ano até aqui, como consequência das expectativas de que os juros possam não cair tão cedo na maior economia do mundo, já que o mercado de trabalho segue bastante aquecido e isso pode gerar novas pressões inflacionárias. Com mais dinheiro nas mão da população, a tendência é de alta nos preços.
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Neste contexto, investidores tendem a migrar dos ativos de risco para tais títulos, o que favorece o dólar frente moedas de outras divisas e também impacta negativamente o mercado de ações, principalmente os de países emergentes, como o Brasil.
Ainda no cenário internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro teve um crescimento de 0,1% no último trimestre de 2022, levando a região a crescer 1,9% durante todo o ano passado, em meio a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Ontem, o dia foi marcado por especulações de que a equipe econômica do Conselho Monetário Nacional (CMN) – órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação – estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e possivelmente elevar o alvo a ser buscado pelo BC, com aval do seu presidente.
O dirigente, no entanto, foi enfático ao dizer, em entrevista, que não concorda com uma flexibilização da meta da inflação neste momento, o que agradou o mercado financeiro. Campos Neto pontua que, se o Brasil elevasse sua meta de inflação, a medida poderia ter um efeito contrário, além de elevar a percepção de riscos para investidores.
O CMN tem sua primeira reunião do ano e dentro do novo governo prevista para esta quinta-feira (16).
Especialistas consideram que, se o BC concordar com alterações na meta da inflação – principalmente na primeira reunião do ano -, o ato poderia ser interpretado como fraqueza da instituição diante da pressão do presidente Lula, que vem reclamando do atual patamar da Selic, taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano.
Fonte: G1 Economia