Na véspera, o principal índice do mercado de ações brasileiro recuou 0,37%, aos 101.506 pontos.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em alta nesta terça-feira (4), com atenções voltadas ao arcabouço fiscal. Na agenda corporativa, a Natura&Co sobe depois de anunciar a venda da marca Aesop, por R$ 2,53 bilhões.
Às 12h20, o índice subia 0,36%, aos 101.871 pontos. Veja mais cotações.
Na véspera, o índice teve queda de 0,37%, aos 101.506 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumula perda de 7,5% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No mercado internacional, investidores estão digerindo melhor as preocupações sobre os efeitos inflacionários do corte na produção de petróleo em países da Opep+, anunciado no domingo.
As vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos caíram em fevereiro para o nível mais baixo em quase dois anos, sugerindo que o mercado de trabalho está esfriando. Com isso, discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed) devem ser avaliados, em busca de pistas da rota de juros nos Estados Unidos.
As vagas, uma medida da demanda de trabalho, diminuíram no último dia de fevereiro em 632.000, para 9,9 milhões, o nível mais baixo desde maio de 2021, informou o Departamento do Trabalho em sua pesquisa mensal de abertura de empregos e rotatividade de mão de obra, ou relatório Jolts, nesta terça-feira.
Os dados de janeiro foram revisados para baixo para mostrar 10,6 milhões de vagas, em vez das 10,8 milhões relatadas anteriormente. Economistas consultados pela Reuters previam 10,4 milhões de vagas em fevereiro.
Por aqui, o foco do dia é a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no evento Brazil Investment Forum, do Bradesco BBI. As atenções estão em novas sinalizações do ministro sobre os detalhes do novo arcabouço fiscal.
“Depois da apresentação do arcabouço, que ficou muito aberta, até pela fala de que não vão aumentar impostos e vão arrecadar, ‘como?’ ainda é a grande pergunta do mercado”, disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, à agência Reuters.
Além de Haddad, o evento também tem participação do secretário especial de Reforma Tributária, Bernard Appy.
Os agentes repercutem a entrevista concedida pela diretora de Assuntos Internacionais do BC, Fernanda Guardado, ao jornal “Valor Econômico”. Ela reforçou que ainda não dá para falar sobre queda de juro no país, apesar de reconhecer passos importantes dados pelo governo. “O arcabouço ainda tem um longo caminho de discussão no Congresso”, disse.
Na agenda corporativa, as ações da Natura&Co chegou a disparar mais de 8% nesta terça-feira, após a companhia assinar acordo vinculante para a venda da marca Aesop à L’Oréal por US$ 2,53 bilhões, mas devolveu boa parte dos ganhos ao longo do dia.
A Natura&Co passa por uma completa reestruturação financeira e de governança, e a venda faz parte de uma redução de seu endividamento. A dívida líquida da holding brasileira chega a R$ 7,4 bilhões, segundo o último balanço divulgado pela empresa.
“Com a transação, a Natura &Co fortalecerá e desalavancará seu balanço patrimonial, liberando recursos para focar em suas prioridades estratégicas, como a integração e otimização da presença da Avon International na América Latina, e aprimoramento dos negócios da The Body Shop”, diz comunicado da empresa.
“A venda da Aesop é de fato um movimento transformacional”, afirmaram os analistas do JPMorgan liderados por Joseph Giordano em relatório a clientes, no qual também elevaram o preço-alvo dos papéis de R$ 22 para R$ 24, citando ainda uma relação risco/retorno mais positiva.
De acordo com a equipe do BTG Pactual capitaneada por Luiz Guanais, a transação apoiará a desalavancagem financeira da Natura&Co e permitirá que ela foque em suas prioridades estratégicas, notadamente a integração das marcas Avon e Natura na América Latina.
Em teleconferência sobre o acordo, o presidente-executivo da Natura&Co, Fabio Barbosa, disse que a empresa não estava considerando novos desinvestimentos ou novas aquisições.
Fonte: G1 Economia