A defasagem da infraestrutura do transporte brasileiro, na comparação com as melhores práticas internacionais, é de 67%. E para se equiparar a elas, o Brasil precisa triplicar o desempenho de suas rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos e conexões logísticas, segundo pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na tarde de ontem, no encerramento de seu 8º Fórum de Logística e Transporte.
No evento, a entidade apresentou o índice comparado de desempenho de infraestrutura de transporte, elaborado em parceria com a Fundação Getulio Vargas. Ele é formado por 18 indicadores – de oferta, intensidade de uso, qualidade e custo, dos segmentos rodoviário, aeroviário, ferroviário, hidroviário e de conexão logística, no Brasil e no mundo.
Esses indicadores apontam, por exemplo, que o custo médio do frete ferroviário tem uma defasagem de 94% frente à melhor prática internacional, com frete de US$ 74,67 por mil toneladas-quilômetro útil (TKU) no País, frente a US$ 4,76 por mil TKU do benchmark. No frete hidroviário, é de 85%, com US$ 47,25 por mil TKU, ante os US$ 7 por mil TKU. No rodoviário, chega a 73%, com US$ 51,75 por mil toneladas por quilômetro no País, frente a US$ 14 no benchmark.
Por segmento, o melhor desempenho é do setor de portos, com 68%, seguido por aeroportos, com 58%, rodovias (27%), hidrovias (21%) e ferrovias (20%). Esses dados levam o indicador consolidado, formado pela média ponderada pela participação de cada modal na matriz de transportes brasileira, a 33%. “É grave, mas está longe de ser incurável”, diagnosticou o diretor titular do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Carlos Cavalcanti.
Os números têm como base o desempenho da infraestrutura das 50 maiores regiões metropolitanas do Brasil, que concentram 46% da população e 58% do PIB.
Fonte: A Tribuna