No Sistema Anchieta-Imigrantes, o caminhoneiro pagará R$ 21 por eixo. Sindicatos ainda não divulgam se farão manifestação.
A partir da zero hora de hoje, a Ecovias, que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), e as demais concessionárias de rodovias paulistas, passam a cobrar pelos eixos suspensos dos veículos de carga. A medida tem impacto direto para os caminhoneiros, que já alertam para a repercussão no bolso do consumidor.
A autorização para as mudanças na cobrança do pedágio foi dada pela Agência Reguladora dos Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) na última quinta-feira.
A medida, segundo a agência, é uma forma de viabilizar o congelamento das tarifas de pedágio neste ano. O aumento era para ter ocorrido em 1º de julho em todas as praças da malha estadual. No entanto, diante das manifestações contrárias ao aumento das tarifas de ônibus, iniciadas em São Paulo e espalhadas pelo Brasil, o governador Geraldo Alckmin optou pelo reajuste zero dos pedágios e das balsas, alterando apenas a forma de cobrança para os caminhões.
Segundo o governo estadual, a medida tem como objetivo reduzir as ocorrências de suspensão de eixo em movimento com o veículo carregado e, consequentemente, baixar os custos do transporte ao torná-lo mais eficiente e mais seguro.
A cobrança permite, ainda, na visão da Artesp, uma concorrência mais justa entre os transportadores e reduz o desgaste do pavimento. Até então, apenas os eixos utilizados pelos caminhoneiros ou seja, os que estavam em contado com o solo, eram passíveis de cobrança.
Agora, no trecho administrado pela Ecovias, de cada eixo será cobrado R$21,00.
REAÇÃO
O preço incomoda o vice-presidente da Associação dos Caminhoneiros do Estado de São Paulo, Heraldo Gomes de Andrade. “Nas (rodovias) federais onde a cobrança dos eixos suspensos já acontece, se paga R$ 1, R$1,50, R$ 2. Aqui vamos pagar R$ 21. É um golpe”, desabafa.
E o golpe, de acordo com Andrade, não será apenas no caminhoneiro. “É inevitável. Essa medida vai encarecer os produtos. Esse aumento será repassado para a sociedade”, garante.
Apesar de não confirmar manifestações imediatamente, Andrade afirma que a categoria está mobilizada e procura formas de protestar sem, no entanto, se prejudicar. “As rodovias são ruins, nós somos assaltados e vamos pagar este absurdo?”, questiona.
Na sexta-feira, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres de Guarujá (Sindcon), José Nilton Oliveira, foi mais enfático ao dizer que a categoria faria, sim, uma retaliação à decisão do Estado, mas que seria de surpresa para não dar a chance de um contra-ataque imediato por parte das autoridades.
MANIFESTAÇÃO
No último dia 2 de julho, a Rodovia Cônego Domênico Rangoni travou após um protesto dos caminhoneiros que durou 25 horas. A Tropa de Choque da Polícia Militar foi chamada e conseguiu dispersar os caminhoneiros que não concordavam com a cobrança individual de cada eixo dos veículos comerciais. Por conta desta e de outras manifestações, a medida foi adiada para hoje.
Fonte: A Tribuna