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Moinho Pacífico planeja ampliar capacidade de armazenagem

Ampliar em 50% a capacidade de armazenagem de uma de suas instalações no bairro do Macuco, na retroárea do Porto de Santos, é o plano do Moinho Pacífico para os próximos anos. O projeto, que pode atingir o valor de R$ 100 milhões, engloba ainda a implantação de uma esteira aérea sobre a região portuária, para o transporte de grãos entre a unidade da empresa e o cais.

As novas estruturas serão utilizadas tanto na importação de trigo como na exportação de soja e milho realizadas pela companhia.

O plano de expansão do Moinho Pacífico conta com duas frentes interdependentes. Segundo o presidente da empresa, Lawrence Pih, o aumento da capacidade de armazenagem da unidade, de 100 mil para 150 mil de toneladas de grãos, só é viável se for agilizado o transporte das cargas entre os navios, no cais, e a instalação – o que é possível com a correia aérea.

De acordo com Pih, os procedimentos para a obtenção da autorização para a construção da esteira serão iniciados em breve junto à Secretaria de Portos (SEP) e à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). “Nós sabemos que os processos de pleitos junto ao Governo não são muito rápidos. Mas, com esse projeto, podemos melhorar a situação em Santos”, destacou o empresário.

Nova esteira será uma segunda ligação entre os silos do Moinho Pacífico e a zona portuária santista

 

O aumento de capacidade do moinho será realizado com a construção de um novo silo para 50 mil toneladas na área da empresa que fica na Praça Guilherme Aralhe, em frente à Bacia do Macuco. Nesse terreno, já existe um silo capaz de abrigar 100 mil toneladas de grãos. O Moinho conta ainda com outra unidade de armazenagem, na Rua 28 de Setembro, no mesmo bairro, e que pode receber 95 mil toneladas de grãos. Com o novo empreendimento, a empresa terá capacidade para guardar 250 mil toneladas de grãos.

“Temos um excesso de terreno dentro de nossa área (na Bacia do Macuco) que nos permite construir um novo silo. Mas ele não faria sentido sem termos o desembarque direto da carga. Teremos autonomia para carregar até quatro navios de grande porte sem que seja necessário trazer um caminhão no Porto”, destacou o presidente do Moinho Pacífico.

Apenas na construção do silo, serão investidos R$ 50 milhões. Já a esteira custará em torno de R$ 30 milhões. Mas o executivo admite que o valor dos investimentos pode chegar a R$ 100 milhões, por conta da aquisição de equipamentos mais modernos para a esteira, capazes de evitar a emissão de partículas durante o transporte dos grãos.

“Este é um valor inicial. Como já temos a área onde o silo será construído, não será preciso investir em terrenos, que, como todos sabem, sofreram uma valorização astronômica em Santos. Mas uma certeza é que vamos manter a preocupação com o meio ambiente e a qualidade da nossa esteira que já é utilizada e não permite a emissão de poluentes decorrentes da operação”, afirmou Lawrence Pih.

Atualmente, a esteira utilizada pelo moinho na importação e na exportação de grãos conta com um sistema de aspiração que impede que, com o deslocamento das cargas na correia, partículas fiquem em suspensão e cheguem até as residências localizadas nas proximidades. Aérea, a esteira passa sobre a avenida portuária e a Avenida Governador Mário Covas, transportando a carga entre o cais do Armazém 29 (onde tradicionalmente atracam os cargueiros destinados à companhia) até sua unidade de moagem na Bacia do Macuco.

Essa correia foi implantada inicialmente para carregar o trigo importado da Argentina pela companhia. O grão é o principal insumo nas linhas de produção de farinhas e massas de bolo da empresa.

Escoamento da safra

A estratégia de buscar melhorar o transporte de grãos entre o cais e os silos com o uso de esteiras demonstra a preocupação do presidente do Moinho Pacífico com a logística da safra agrícola. Para Lawrence Pih, essa é uma questão que merece uma atenção redobrada.

“A preocupação com o escoamento desta safra é grande por conta das perspectivas de aumento da produção. Teremos 170 milhões de toneladas de grãos produzidos e devemos exportar cerca de 65 milhões de toneladas. Se, no ano passado já foi caótico, neste ano, a situação pode ser ainda pior”, afirmou o executivo.

Diante dos planos do Governo de implantar pátios reguladores próximos às estradas que dão acesso ao Porto de Santos, a fim de cadenciar a chegada dos veículos carregados à Baixada Santista, Pih acredita que outro gargalo será criado, desta vez fora da área portuária. Segundo ele, o grande fluxo de caminhões em direção aos pátios pode causar dificuldades no acesso aos bolsões de estacionamento.

“O gargalo já não é em Santos. O que é preciso aqui é aumentar o espaço de armazenagem no Porto. O problema acontece quando se usa o caminhão como depósito ambulante e isso já ocorre no mercado”, destacou o presidente do Moinho Pacífico.

Fonte: A Tribuna