Estivadores e operários portuários aprovaram, por unanimidade, a resistência ao posicionamento da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), que não quer escalar os trabalhadores avulsos do complexo santista. Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira, ficou decidido a continuidade da luta pelos postos de trabalho na nova instalação da Margem Esquerda (Área Continental de Santos).
“As categorias mantiveram a resistência à decisão do terminal”, disse o presidente do Sindicado dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão (Sindestiva), Rodnei Oliveira da Silva. Segundo ele, o encontro reuniu pelo menos 500 trabalhadores portuários, que concordaram em manter atos de repúdio à Embraport que, assegurada pela Lei 12.815, não é mais obrigada à contratá-los.
O presidente da estiva disse também que, caso o terminal volte a operar, os avulsos também ocuparão, novamente, a instalação e os navios que lá atracarem. “Permaneceremos protestando. Os avulsos não foram extintos pela nova lei, então temos que continuar trabalhando”, disse. Nesta terça-feira, uma comitiva vai À Brasília discutir com os executivos da empresa e o Governo Federal uma solução para o impasse.
Na nova reunião, marcada para as 9 horas, estarão os diretores da empresa e os presidentes dos sindicatos dos Estivadores, Rodnei Oliveira da Silva, e dos Operários Portuários (Sintraport), Claudiomiro Machado e representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República. Oficialmente, a assessoria de comunicação não confirmou a realização do encontro.
Tudo parado
Na última semana, nem uma mesa-redonda no Ministério Público do Trabalho, em Santos, foi suficiente para acabar com o impasse envolvendo trabalhadores avulsos do Porto de Santos e executivos da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport). Uma reunião realizada a portas fechadas na tarde de sexta-feira terminou sem acordo. Enquanto isso, a empresa suspendeu as atracações e os portuários prometem mais protestos.
Em comunicado oficial, a Embraport, o novo terminal que opera na Margem Esquerda do porto desde o último mês, afirma que propôs aumento salarial e a criação de um fundo social para os trabalhadores portuários vinculados ao Sindestiva (Sindicado dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão) e ao Sintraport (Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários).
Os sindicatos, ainda de acordo com o comunicado da empresa, se mantêm intransigentes em não aceitar a proposta de contratação de trabalhadores dentro da Lei 12.815, com carteira assinada, com base na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), regime que dá mais segurança e garantias ao trabalhador. Diante dessa situação, todas as atracações previstas para ocorrer na próxima semana foram cancelas.
m resposta, o presidente do Sindestiva, Rodnei Oliveira da Silva, disse que a Embraport não ofereceu nenhuma melhoria e que continua intransigente. “A empresa mente. Em nenhum momento tiver uma oferta de aumento salarial ou melhores benefícios”, afirmou, na noite desta sexta-feira. Segundo ele, os estivadores programarão manifestações, como ocupação nos navios e bloqueio da Avenida Perimetral se o terminal operar.
Da mesma maneira, mas por meio da assessoria de imprensa, o presidente do Sintraport , Claudiomiro Machado, disse que a empresa é que mantém um posicionamento “intransigente”. Ele reafirmou a não existência de uma proposta de aumento salarial, da mesma forma que a categoria não concorda com o contrato, com base na escala avulsa, com duração de um ano.
Fonte: A Tribuna