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Saída do PSB não altera planos da União para licitar terminais

A saída do Partido Socialista Brasileiro (PSB) da base aliada do Governo Federal, definida ontem, não vai alterar os planos da União de licitar 11 áreas do Porto de Santos no próximo mês. Mesmo diante da decisão da legenda e da consequente entrega do cargo do ministro dos Portos, o pessebista José Leônidas Cristino, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) garantiu a realização dos leilões.

O presidente do diretório nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, informou a decisão à presidente Dilma Rousseff na tarde de ontem, colocando à disposição todos os cargos ocupados pelo partido – inclusive a titularidade da Secretaria de Portos (SEP). Mas fontes ligadas ao Planalto garantem que Dilma não está com pressa para substituir Cristino.

Independente de quem estiver à frente da SEP, a Antaq não abre mão de licitar as 11 instalações santistas. Todo o processo está sendo tocado pela agência reguladora.

Questionada sobre a mudança nos cargos, a Antaq não se manifestou. A Casa Civil, que coordenou os trabalhos de definição do marco regulatório e o processo de arrendamento de áreas, também preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

Atualmente, Cristino está em missão oficial no Panamá. Neste período, quem responde pela SEP é o secretário-executivo, Mário Lima. No entanto, segundo fontes, é grande a possibilidade de o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário, Rogério de Abreu Menescal, assumir o comando da pasta.

A decisão de suspender o apoio do partido ao Governo partiu do próprio governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ele é cotado para a disputa presidencial do ano que vem e esta condição causava um certo desconforto na capital federal, já que ele será adversário da presidente Dilma nas urnas.

Com o fim do apoio, a presidente Dilma precisa definir quais são as alterações a serem feitas. Além de Cristino, o PSB indicava o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que também teve o cargo entregue. Nomes de dirigentes de companhias docas, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) também são indicações da legenda.

Cristino é apadrinhado político do ex-ministro Ciro Gomes e de seu irmão, o governador do Ceará, Cid Gomes, que integram uma outra ala do PSB. Para preservar o apoio ao Governo e o domínio da pasta, fontes ligadas ao Planalto afirmam que há a possibilidade da migração do ministro dos Portos para uma nova legenda, o Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que está sendo criado.

O deputado federal Márcio França (PSB-SP), que participou da reunião do partido que decidiu sobre a saída da base aliada, desconhece a possibilidade de Cristino deixar o PSB. Segundo ele, o governador do Ceará garantiu a saída do ministro dos Portos do cargo, ocupado desde 2011. “O ministro é uma graça, um homem honrado, mas o processo decisório foi traumático, sem culpa dele, claro, mas aconteceu”.

Em silêncio

A informação de uma possível mudança de partido não foi confirmada pela SEP. Mas, de qualquer forma, a permanência de Cristino no cargo já tinha data para acabar.

No mês passado, o ministro revelou a A Tribuna que pretende se candidatar a deputado federal pelo Ceará. Se o plano se concretizar, ele tem até março do ano que vem para deixar a titularidade da SEP e se dedicar à campanha eleitoral.

Em consequência, toda a diretoria executiva da Codesp poderá ser trocada, já que os cinco cargos, incluindo o do presidente, são indicados pelo ministro dos Portos. Fontes ligadas ao setor descartam a possibilidade de mudanças imediatas na composição da estatal.

Fonte: A Tribuna