Ao menos 42 terminais do Porto de Santos têm até a metade de julho para se adequarem à nova resolução estabelecida pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), em vigor desde ontem. Em 16 tópicos, o regramento garante que a estatal compromete-se a monitorar e fiscalizar todo o tráfego de caminhões que entram e saem dos terminais marítimos, com o intuito de prever e evitar que congestionamentos se repitam.
“Ela (a resolução de trânsito) já está em vigor. Mas será implementada em fases, até acabar a margem de adaptação”, explica o diretor de Infraestrutura da Codesp, Paulino Vicente. Segundo ele, a qualquer momento é possível aplicar penalidades e advertências, mas em até 30 dias (final de maio) cada terminal deverá apresentar qual a demanda diária de veículos à Autoridade Portuária. Até ontem, nenhum relatório foi entregue.
Todos as empresas estão obrigadas a atualizar os dados referentes à chegada e à saída de caminhões no Porto, explica Paulino. Aquela que não apresentar o parecer no prazo estipulado (em até um mês), arcará com uma decisão “independente e inquestionável” da Docas. “Aí, vamos delimitar quantos caminhões ele pode receber”, garante. A ordem é organizar e criar um painel do complexo santista.
E até julho, os terminais que ainda não possuem sistema de monitoramento de tráfego conectado ao da Docas terão que se adequar. Cada instalação terá que informar, virtualmente e em tempo real, a movimentação prevista e executada. “Ainda na próxima semana teremos o açúcar, depois chegará o milho. Esperamos que até lá tudo esteja no controle”, comenta o diretor da estatal.
O novo painel de monitoramento ficará a cargo da equipe de técnicos do Departamento de Operações (Dirop) da Codesp.
Terminais do Porto de Santos vão ter de informar suas programações logísticas para Codesp
Identificação
Além disso, assim como aconteceu na Margem Esquerda, em Guarujá, já está valendo a obrigatoriedade dos pátios reguladores (Ecopátio e Rodopark) colocarem painéis de sinalização nos caminhões graneleiros. A intenção é agilizar o trabalho da Polícia Rodoviária, que permitirá o acesso desses veículos às vias do Porto somente se ele estiver devidamente identificado, com sinalização de origem e destino.
A regulamentação também obriga todos os caminhões que transportam commodities agrícolas a passarem pelos pátios reguladores. E quando as normas estiverem em pleno funcionamento, exigirão que os produtores da carga agendem o caminhão nesses bolsões de ordenamento de tráfego – assumindo uma obrigação do terminal marítimo.
Aprovação
O diretor de operações do Terminal de Contêineres da Margem Direita (Tecondi), Querginaldo de Camargo, acredita que a nova resolução da Docas minimizará os problemas registrados nos últimos dias. “O novo sistema permitirá à Codesp ter visibilidade da situação. Ela poderá gerenciar melhor o tráfego”, diz. A empresa foi uma das afetadas pelos transtornos do início da semana. “Precisamos da adesão dos usuários”.
Opinião semelhante apresentou o gerente-geral do terminal da Rumo, Fabrício Degani. Mas ele se preocupa com a demora na realização de obras que melhorem o acesso ao Porto. “A iniciativa (a resolução) é positiva, mas há a necessidade de obras para garantir o acesso ao cais santista”.
Fonte: A Tribuna