Embarcação não está autorizada a deixar o cais santista até que seja feita a remoção de todo o produto
Um problema em uma válvula que fica no casco do navio Marcos Dias causou um vazamento de até 80 litros de óleo no Porto de Santos. A embarcação, atracada no cais do Armazém 22, na região de Outeirinhos, não está autorizada a deixar o cais santista até que seja feita a remoção de todo o produto.
A armadora responsável pelo cargueiro será autuada pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O vazamento começou na manhã de terça-feira e seguiu até a madrugada de ontem, quando foi detectada sua fonte.
De acordo com a agente ambiental do Ibama Ana Angélica Alabarce, o problema foi identificado pela tripulação. A peça que apresentou problemas é uma válvula responsável por vedar o tanque fecal, onde são armazenadas e tratadas as fezes da tripulação. No local, também estavam resíduos de óleo.
“Essa válvula foi lacrada e o vazamento foi suspenso. Mas, nesse período, entre 50 e 80 litros de óleo vazaram. Estamos aguardando as investigações da Capitania dos Portos para elaborarmos nosso auto infração”, destacou a agente.
Segundo Ana Angélica, a limpeza no entorno da embarcação terminou na tarde de ontem, com o trabalho de uma empresa especializada contratada pelo armador. Foram utilizadas mantas absorventes, que removem o óleo. Em seguida, às 19 horas, o navio foi autorizado a iniciar a operação.
O Marcos Dias atracou no cais santista na manhã da última segunda-feira (5), para a descarga de 43.100 toneladas de sal. Ainda não há previsão de saída da embarcação do Porto. O temor do Ibama é de que, na partida, o cargueiro deixe um rastro de óleo pelo canal de navegação.
“O curioso é que alguns outros acidentes tiveram o mesmo formato. Foram identificados após problemas em válvulas que passaram por reparos em estaleiros. É preciso levantar o motivo desse problema para evitar que eles voltem a acontecer no Porto”, destacou a representante do Ibama.
Ela cita o caso da embarcação graneleira MV Golden Trader II, de bandeira filipina e de onde vazaram 3 mil litros de óleo no Porto em novembro do ano passado.
A remoção dos resíduos e a limpeza levaram mais de duas semanas no local do acidente.
Em nota, a Marinha do Brasil, por intermédio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), informou que tomou conhecimento do derramamento de óleo e que tanto o navio, quanto a empresa responsável, foram notificados a prestar esclarecimentos. No local, peritos coletaram amostras do óleo para confirmar sua origem.
Fonte: A tribuna